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Não é raro as pessoas queixarem-se de que naquele tal dia o cérebro não estava ajudando muito enquanto em outros não deixou nada a desejar. Será que nosso desempenho cognitivo flutua mesmo? A idade pode fazer diferença?

 

Para tentar responder a essas questões, pesquisadores do Instituto Max Planck na Alemanha conduziram um estudo que acaba de ser publicado pelo periódico Psychological Science e que apontou que existe, mas é muito discreta, uma variabilidade do desempenho cognitivo num mesmo dia e também dia após dia. Essa variabilidade é menor ainda entre os idosos.

 

Os pesquisadores testaram mais de 200 voluntários separados em dois grupos com idades de 20 a 31 anos e de 65 a 80 anos. Os testes incluíam velocidade de percepção, memória episódica, memória de trabalho e foram repetidos em 101 diferentes sessões em média. O desempenho cognitivo dos idosos foi menor do que o dos jovens, mas foram mais regulares ao longo dos dias. Essa maior regularidade pode ser explicada por menos eventos estressantes, humor mais estável, maior aprendizado de estratégias para resolução de problemas e maior motivação.

 

Os resultados são importantes por reforçar o valor que indivíduos mais velhos têm na força de trabalho. Já é bem reconhecido que algumas qualidades estão fortemente associadas à experiência. Um estudo realizado numa fábrica de automóveis pelos mesmos autores da atual pesquisa mostrou que erros graves eram cometidos menos freqüentemente pelos mais velhos.

 

O envelhecimento cerebral normal provoca discretas perdas, muito pequenas se comparadas à riqueza de conexões neuronais que um indivíduo forma no decorrer da vida. O cérebro humano, ao envelhecer, compensa as pequenas perdas com a experiência adquirida. Tem mais repertórios para tomas decisões mais acertadas.

 

 

CBN RICARDO

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Duas xícaras de chocolate quente por dia são capazes de deixar o cérebro mais afiado. Essa é a conclusão de um estudo publicado esta última semana pelo Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia.

Sessenta voluntários com uma média de idade de 73 anos beberam por 30 dias duas xícaras diárias de chocolate quente e foram submetidos a uma série de testes de memória e de outras funções cognitivas. Além disso, eles tiveram o fluxo de sangue cerebral medidos durante os testes cognitivos pela técnica de doppler transcraniano.

Após o consumo de chocolate os voluntários passaram a apresentar um melhor desempenho nos testes cognitivos e também um aumento do fluxo sanguíneo cerebral durante os testes. Metade deles recebeu chocolate rico em flavanols (chocolate amargo) e outra metade chocolate menos rico nessas substâncias. Os resultados não foram diferentes entre os grupos. Ambos tiveram melhora nos indicadores.

Os resultados sugerem que os flavanols não devem ser vistos como únicos candidatos que explicam os efeitos benéficos do chocolate sobre o cérebro. Além disso, pode ser que o cérebro seja tão sensível aos efeitos dos flavanols que baixas concentrações já fazem a diferença.

A prestigiada revista Nature publicou recentemente uma enquete entre ganhadores do Prêmio Nobel que revelou que quase metade dos entrevistados consumia chocolate mais de duas vezes por semana. Alguns deles declararam que o hábito deu um bom empurrãozinho para os seus feitos. A Fundação Nobel pelo jeito leva o chocolate a sério, pois além da medalha, do diploma e do cheque poderoso, os vencedores levam para casa réplicas de chocolate da medalha.

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Uma pesquisa publicada ontem pelo prestigiado periódico The Lancet mostrou que as pessoas que têm hoje 90 ou mais anos de idade têm melhor desempenho cognitivo do que aqueles da mesma idade nascidos há dez anos.

O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e envolveu quase quatro mil voluntários divididos em dois grupos – nascidos em 1905 e nascidos em 1915. Todos eles foram submetidos a testes cognitivos e entrevistas para detecção de transtornos psiquiátricos e avaliação da saúde geral. O grupo nascido em 1915 tinha 32% mais chance de alcançar os 95 anos do que o nascido em 1905 e ainda apresentavam melhor desempenho cognitivo. Esses resultados são compatíveis com resultados de pesquisas semelhantes realizadas nos EUA, mas existem também estudos não concordantes, mas numa faixa etária menor.

Fatores que podem explicar os resultados: melhora no padrão nutricional e de assistência médica, menor incidência de doenças infecciosas, maior estímulo intelectual e melhores condições gerais de vida. O estudo desafia o pensamento de que o aumento da longevidade tem como frutos idosos com muito comprometimento em suas atividades de vida diárias. Isso é bastante encorajador. Se na Dinamarca dez anos já fazem diferença, imagine o impacto das melhorias das condições de vida em um país como o Brasil.

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Solanaceae é uma família de plantas ricas em nicotina que têm um efeito protetor contra a Doença de Parkinson. Essa foi a conclusão de um estudo publicado esta última semana pelo periódico oficial da Associação Americana de Neurologia.

 

Já tínhamos boas evidências de que o tabaco, também da família Solanaceae, tem o poder de prevenir a Doença de Parkinson. Esse efeito parece que se dá pela nicotina e pode ser que outras plantas que contêm essa substância, como pimenta, tomate, beringela e batata, tenham efeito semelhante.

 

Foi exatamente o que pesquisadores da Universidade de Washington – EUA conseguiram demonstrar. Eles estudaram cerca de 500 pacientes com diagnóstico recente da Doença de Parkinson e mais de 600 indivíduos sem qualquer doença neurológica que serviram de grupo controle. Foram aplicados questionários que avaliavam a história de uso de tabaco ao longo da vida e hábitos alimentares.

 

O consumo de vegetais de forma geral não tinha associação com menor risco da doença, mas alimentos com conteúdo de nicotina faziam a diferença, especialmente a pimenta. Esse foi o primeiro estudo que investigou essa associação entre teor de nicotina na dieta e risco da Doença de Parkinson e abre novas perspectivas na prevenção da doença. Novas pesquisas deverão ser feitas para confirmar esses resultados. Já está sendo testado o efeito de adesivos de nicotina em pacientes com a Doença de Parkinson Será que eles vão amenizar a progressão da doença?

 

 

 

  

 

 

Bactérias e vírus como o herpes podem ter uma parcela de culpa nas dificuldades cognitivas encontradas nos idosos. Isso é o que sugere os resultados de um estudo publicado hoje pelo periódico oficial da Academia Americana de Neurologia.

 

Pesquisadores das Universidades de Columbia e Miami nos EUA demonstraram que idosos com maior carga de infecção no sangue, medida por níveis de anticorpos no sangue, apresentavam menor desempenho cognitivo. Essa carga de infecção deve ser entendida como uma cicatriz imunológica de vários patógenos ao longo da vida. Nesse estudo, foram testadas cinco causas comuns de infecção: três vírus (herpes simples tipo 1 (oral) e tipo 2 (genital), e citomegalovirus), Chlamydia pneumoniae (causa comum de infecção respiratória) e Helicobacter pylori (bactéria encontrada no estômago e associada a gastrite e úlcera).

 

Foram estudados mais de 1500 voluntários com uma média de idade de 69 anos. A associação entre a exposição aos patógenos e desempenho cognitivo foi maior entre as mulheres e entre os voluntários com menor escolaridade e que não praticavam atividade física. Durante os oito anos de acompanhamento, não houve relação entre a carga de infecção e piora do estado cognitivo, sugerindo que infecções precoces podem fazer a diferença. Boa parte dessas infecções é mais freqüente na infância (ex: citomegalovirus e herpes simples tipo 1).   

 

A atual pesquisa encorpa resultados anteriores que associam infecção a menor desempenho cognitivo e também à doença cerebrovascular. Vacinação na infância contra microorganismos comuns poderia garantir um bom desempenho cognitivo em idades avançadas, mas isso ainda precisa ser testado. No editorial que acompanha o estudo, discute-se que já existem evidências suficientes para se conduzir um estudo piloto com drogas antivirais em pacientes com a Doença de Alzheimer.    

 

** altos níveis da proteína C-reativa, um marcador de inflamação no sangue, também estão associados a alterações cerebrais que influenciam as funções intelectuais. Também já é bem reconhecido que os índices de proteína C-reativa.

 

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Ouço às vezes no consultório jovens dizendo coisas do tipo: “Já fiz check up com o cardio, com o gastro, agora só falta o neuro”.  Mas afinal, que tipo de check up as pessoas realmente devem fazer? Vale a pena fazer um Check up neurológico?

Elenco a seguir três questões que freqüentemente despertam a vontade de fazer um check up neurológico.

 

Testes genéticos que podem demonstrar uma maior chance de desenvolver doença de Alzheimer no futuro?

Alguns genes estão associados a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer, mas nem por isso faz sentido realizar testes genéticos para sabermos se nosso risco é um pouco maior do que o de outras pessoas. Os resultados não vão mudar em nada as orientações para prevenção da doença.  Esse tipo de teste ainda só é recomendado para fins de pesquisa.

 

Todo mundo poderia fazer exame para descartar aneurisma cerebral? Qual é o custo benefício?

Atualmente recomenda-se que indivíduos com dois ou mais parentes de primeiro grau que apresentam aneurismas cerebrais confirmados devam ser investigados, pois são esses que apresentam um risco significativamente aumentado – 50 vezes maior. Entretanto, a relação custo-benefício muda de acordo com o nível de medo que cada indivíduo tem de apresentar um aneurisma cerebral. Em algumas situações, quando a apreensão é muito grande, pode valer a pena fazer uma investigação mesmo que o indivíduo não tenha qualquer antecedente familiar.

Para a prevenção de derrame cerebral, o estudo das carótidas vale a pena?

Placas de aterosclerose das artérias carótidas são a principal fonte de derrame cerebral e a recomendação atual é que o estudo dessas artérias deve ser feito naquelas pessoas que tem pelo menos dois fatores de risco para derrame cerebral (hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, dislipidemia, síndrome metabólica).

 

 

Resultados falso-positivos levam à ansiedade, novos exames que não raramente são invasivos e, por vezes, até cirurgias desnecessárias. A isso se dá o nome de iatrogenia que é a contra-mão do que o pai da medicina Hipócrates deixou como princípio ético – primum non nocere (em primeiro lugar, não fazer mal). Check ups para pessoas assintomáticas só devem ser realizados quando existem evidências de que os benefícios são maiores que os danos. Isso não quer dizer que as pessoas devem deixar de ir ao médico ou ao dentista pelo menos uma vez ao ano, especialmente após os 40 anos.

Nos tempos de hoje, os médicos já não precisam cuidar só dos doentes, mas também das pessoas saudáveis. Estamos sempre vulneráveis a sermos rotulados como portadores de alguma disfunção ou transtorno.

 

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É bem ultrapassada a idéia de que usamos apenas uma pequena porcentagem do cérebro. Cada pedacinho de cérebro é relevante sim. Entretanto, podemos dizer que algumas regiões do cérebro quando destruídas são capazes de provocar sintomas mais perceptíveis que outras. Algumas regiões até podem ser destruídas que o indivíduo nem se dá conta de que algo aconteceu. E essa não é uma situação incomum no cérebro que envelhece: isquemias cerebrais silenciosas podem ser encontradas em boa parte das pessoas acima dos 60 anos de idade. Quando se fala em lesões que chegam a provocar um buraquinho no cérebro, estudos com ressonância magnética revelam que cerca de 20% dos idosos apresentam tais lesões sem nunca ter apresentado sintomas relacionados. Quando se fala em lesões que só fazem pequeninas cicatrizes no cérebro, essas estão presentes em até 90% dos idosos e é mais comum entre as mulheres. Essas cicatrizes aparecem na ressonância magnética como pontinhos brancos e são chamadas por alguns de cabelos brancos do cérebro. Quem é que ultrapassa cinco ou seis décadas de vida sem qualquer cabelo branco?

 

No conjunto, essas pequenas lesões fazem parte daquilo que se chama de doença de pequenos vasos cerebrais. Uma ou duas pequenas cicatrizes realmente não costumam provocar sintomas, mas o cérebro de um indivíduo que apresenta inúmeras dessas cicatrizes ou buraquinhos, esse sim começa a funcionar de forma ineficiente. Algumas pessoas chegam a apresentar dificuldades graves do pensamento e da marcha, e hoje em dia reconhece-se que essa seja a principal causa de déficit cognitivo entre os idosos. Existem fatores genéticos que determinam o quanto de lesões terá um cérebro que envelhece. Entretanto, é bem sabido que os conhecidos fatores de risco para aterosclerose (ex: hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, etc.) aumentam significativamente a chance de uma pessoa colecionar mais dessas lesões ao longo dos anos.

 

 

O que fazer para proteger nosso cérebro dessas lesões?  São as mesmas coisas que boa parte das pessoas sabe que são eficazes para reduzir o risco de um infarto do coração ou derrame cerebral: 1) não fumar; 2) praticar atividade física; 3) reduzir o estresse; 4) para quem tem doença do coração, alterações do colesterol, diabetes ou hipertensão arterial, tratar essas condições com preciosismo; 5) bebidas alcoólicas só se for com moderação; 6) dieta saudável e controle do peso. E no quesito dieta saudável, os peixes estão com a bola toda.

 

** Esta semana, o periódico oficial da Academia Americana de Neurologia publicou uma pesquisa que mostra que mulheres na transição da menopausa passam a ter mais dessas lesões no cérebro quando têm no sangue maiores concentrações de micropartículas de plaquetas, sugerindo que a aspirina pode também ser uma arma para conter a progressão dessa condição neurlógica. Isso já está sendo testado. Possivelmente a aspirina venha a ser um companheiro na vida de quase todas as mulheres após certa idade, e por que não também dos homens? Essa é uma hipótese que toma ainda mais corpo quando pensamos nos resultados da aspirina na redução da incidência de vários tipos de câncer.    

 

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Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, descobriram um grupo de células do hipotálamo, região do cérebro que faz a ponte com os sinais hormonais, que podem ser as responsáveis pelas desconfortáveis ondas de calor que grande parte das mulheres vivencia nos primeiros anos da menopausa.

 

Em um modelo de menopausa em camundongos, os pesquisadores mostraram que o efeito de dilatação dos vasos da pele era interrompido quando um grupo de células do hipotálamo, chamadas de KNDy, era inativado. Apesar de representarem uma pequena população de células do cérebro, elas têm grande importância no controle das fontes de energia do corpo, temperatura e reprodução. Com a baixa dos níveis do hormônio estradiol, essas células ficam hiperfuncionantes e disparam o comando de vasodilatação, com a intenção não muito apropriada de provocar a perda de calor do organismo.

 

A descoberta abre uma importante janela para o desenvolvimento de futuras terapias para o controle das ondas de calor da menopausa. O estudo foi publicado nesta última semana pelo prestigiado periódico da Academia Nacional de Ciências dos EUA – PNAS.

 

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Um estudo publicado esta semana pelo periódico especializado em neurologia e psiquiatria JNNP apontou que o sentimento de solidão nos idosos é um fator de risco para demência.  

 

Pesquisadores holandeses acompanharam por três anos mais de 2000 pessoas com mais de 65 anos e sem o diagnóstico de demência. No início do estudo, 46% dos voluntários moravam sem uma companhia e um pouco menos de 20% declararam que se sentiam sozinhos. Após os três anos de acompanhamento, o risco de apresentar um quadro de demência era maior entre aqueles que se sentiam sozinhos, mas o mesmo não acontecia pelo simples fato de viver sozinho. Os resultados mostraram também uma associação entre o sentimento de solidão e demência mesmo entre as pessoas que tinham companhia em casa, e isso foi independente da presença de depressão. 

 

A pesquisa sugere que a percepção subjetiva de solidão é que faz a diferença. Ela pode estar associada a uma menor estimulação cognitiva e também a uma menor reserva cerebral. Por outro lado, a sensação de solidão pode ser um sinal de que o cérebro já não está tão bem. Ovo ou galinha? Não importa. Idoso e isolamento social não combinam, especialmente quando o isolamento é iinvoluntário.

 

 

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Já é consenso que a terapia de reposição hormonal (TRH), apesar de poder reduzir os sintomas da menopausa e o risco de osteoporose e fraturas, não traz outras vantagens à saúde da mulher e não deve ser utilizada como forma de prevenção de doenças. Já são muitas evidências de que o uso prolongado desse tipo de tratamento pode até aumentar o risco de uma série de doenças como trombose nas veias e câncer de mama. Com relação ao cérebro, a situação não é muito diferente.

 

Há poucos meses, o último relatório da divisão de saúde preventiva dos EUA sobre essa questão  confirma essa posição concluindo que a TRH com a combinação dos hormônios estradiol e progesterona aumenta o risco de demência enquanto o uso do estradiol isoladamente aumenta o risco de derrame cerebral. As indicações da TRH estão cada vez mais restritas, e isso é um assunto cada vez MENOS polêmico.

 

RECOMENDAÇÕES PARA O USO DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL

1- A TRH só deve ser indicada se os sintomas de menopausa forem moderados a severos;

2- As mulheres devem avaliar cuidadosamente os potenciais riscos e benefícios da TRH;

3- Os hormônios devem ser usados na mínima dose e pelo menor tempo possível;

4- A TRH não deve ser utilizada para a prevenção de doenças cardiovasculares ou demência;

5- A mulher em uso de TRH deve ser clinicamente reavaliada a cada 3-6 meses ou pelo menos anualmente.

 

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O extrato de Ginkgo biloba é vendido no Brasil com uma enorme lista de indicações para melhora das funções do sistema nervoso central, sendo indicado para quem tem “perda de memória e redução das faculdades intelectuais” – isso é o que está na bula.

 

Alguns estudos têm demonstrado que a erva tem algum efeito positivo na capacidade de relaxamento dos vasos e viscosidade do sangue, efeitos antioxidantes, e em tubo de ensaio, conseguiu até reduzir a agregação de proteínas associadas à Doença de Alzheimer. Entretanto, as pesquisas clínicas não têm conseguido demonstrar efeitos positivos do Ginkgo biloba sobre o cérebro. Um grande estudo sobre o tema acaba de ser publicado pelo conceituado periódico Lancet, Neurology, mais uma vez com resultados negativos.

 

Pesquisadores de diversos centros de pesquisa franceses acompanharam quase três mil idosos sem demência, mas com queixas de memória. Após um seguimento de cinco anos em média, a metade dos voluntários que usou Gingko biloba teve o mesmo risco de receber o diagnóstico de Doença de Alzheimer que a outra metade que usou placebo. Esse foi o primeiro grande estudo conduzido fora dos EUA.  

 

São mais de duas décadas de estudos clínicos envolvendo milhares de pessoas com resultados que não justificam o que se lê na bula dos extratos de Ginkgo biloba. Não se justifica também pensar que se não faz bem, mal não faz. O Ginkgo biloba já foi associado a maior risco de derrame cerebral e até mesmo de demência em pacientes com doença cardiovascular. Canja de galinha não faz mal a ninguém, mas Ginkgo biloba  não é canja de galinha.

 

 

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Uma pesquisa recém-publicada no periódico Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology confirma evidências anteriores de que as mulheres com o diagnóstico da Doença de Alzheimer apresentam declínio cognitivo mais acelerado que os homens.

 

Pesquisadores da Universidade de Hertfordshire nos EUA conduziram uma metanálise de quinze diferentes estudos que investigaram diferenças de gênero na evolução da doença envolvendo mais de dois mil voluntários. Os resultados apontaram que, após o diagnóstico de Alzheimer, os homens têm um melhor desempenho em diferentes domínios cognitivos como memória, habilidades visuo-espaciais e até mesmo linguagem, função esta que as mulheres levam vantagem sobre os homens quando se pensa em indivíduos saudáveis. No envelhecimento normal, as mulheres não ficam para trás.   

 

A chance de apresentarmos um quadro de demência chega a 25% após os 80 anos, 50% após os 90, sendo que a causa mais comum é a Doença de Alzheimer. Ela é mais freqüente entre as mulheres e as evidências apontam que as lesões cerebrais associadas à doença têm maior repercussão clínica entre elas. A atual pesquisa solidifica o conceito de que a doença nas mulheres é mais agressiva e as explicações mais cogitadas para essas diferenças são a herança genética da doença que tem mais influência sobre as mulheres, o declínio dos níveis do hormônio estradiol após a menopausa e uma maior reserva cerebral nos homens.  

 

Para a prevenção da Doença de Alzheimer, podemos começar ou manter algumas atitudes que já são consenso: atividade física regular, manter o cérebro ocupado e o peso em dia, comer peixe, se possível duas vezes por semana, e evitar substâncias tóxicas ao cérebro como o cigarro e o excesso de álcool. 

 

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Vários estudos têm apontado que a cafeína tem a propriedade de reduzir o risco da Doença de Parkinson. Uma pesquisa publicada esta semana pelo periódico oficial da Academia Americana de Neurologia demonstra ainda que pacientes já com o diagnóstico da doença podem se beneficiar do consumo de cafeína.

 

A pesquisa foi conduzida pela Universidade McGill no Canadá e envolveu 61 pacientes que foram divididos em dois grupos: um deles recebeu placebo e o outro pílulas de cafeína de 100mg três vezes ao dia por três semanas e depois mais três semanas com pílulas de  200mg. O grupo de pacientes que consumiu cafeína apresentou melhora significativa do desempenho motor, tornando-se mais ágeis e menos rígidos. Por outro lado, a cafeína não se mostrou muito eficiente na redução do grau de sonolência dos voluntários, e esta foi a proposta central do estudo. O estudo não nos permite garantir se esses efeitos permanecem no longo prazo.

 

A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta preferencialmente os idosos, acometendo por ano cerca de 20 indivíduos a cada 100 mil. É uma das mais comuns doenças neurológicas e o número de pessoas acometidas pela doença deve aumentar ainda mais com o atual processo de envelhecimento da população.

 

Nos últimos anos, a ciência tem entendido que a Doença de Parkinson vai muito além dos conhecidos sintomas motores classicamente associados à doença, como o tremor, rigidez e lentidão dos movimentos e instabilidade postural. Quando um indivíduo chega a apresentar esses sintomas motores, o cérebro na verdade já apresenta um estado avançado de alterações neuropatológicas. Alguns sintomas têm sido identificados vários anos antes dessa fase motora: redução do olfato, constipação e sintomas gástricos, urgência urinária, disfunção sexual, transtornos do sono, depressão e outros transtornos neuropsiquiátricos. 

 

A cafeína se liga a receptores do cérebro chamados de adenosina que promovem uma inibição da atividade cerebral. A substância tem uma ação inibitória nesses receptores de um sistema que é inibitório. Por isso o efeito final é estimulante.  Quando soltamos o efeito do freio de mão, o carro anda mais. Esta é a cafeína.

 

A indústria farmacêutica está de olho nesses receptores adenosina como uma promissora janela terapêutica para o Parkinson, com algumas medicações já em fases avançadas de teste. Ainda não é o momento de prescrever seis doses de expresso por dia para os pacientes com Parkinson, mas se o médico for questionado quanto ao uso ou não da cafeína, é coerente que ele incentive o consumo, desde que seja com moderação, pois o excesso no idoso pode não ser bom para os ossos. Vale lembrar que um café expresso tem cerca de 100mg de cafeína.

 

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Quando se ouve que fulano ficou esclerosado, devemos entender que essa é uma forma antiga de se referir a uma pessoa que tem declínio das capacidades cognitivas, do pensamento, ao ponto de dificultar suas atividades básicas do dia a dia. Atualmente, o nome correto para esse fenômeno é demência.

 

Calcula-se que a chance de desenvolvermos um quadro demencial seja de 25%, se ultrapassarmos os 80 anos de vida, e de 50% se passarmos dos 90. Esse cenário era bem diferente no caso de nossos ancestrais, pois eles não envelheciam e toda a programação genética estava concentrada em oferecer condições para que o indivíduo conseguisse se reproduzir e perpetuar a espécie. Nossa grande longevidade é um fenômeno bem recente, e não houve tempo de nos adaptarmos geneticamente a esse novo cenário. Vale lembrar que a expectativa de vida do Australopitecus, há 4 milhões de anos, era de apenas 15 anos, 25 anos no caso dos europeus na Idade Média, cerca de 40 anos no século XIX e 55 anos no início do século XX.

 

Já que não somos geneticamente tão “atualizados” assim, e esse tipo de atualização é coisa para milhão de anos, o que podemos fazer para chegar aos 80 anos com a cabeça tinindo é investir em atitudes de vida saudáveis. As estrelas de primeira grandeza são a atividade física regular e uma rotina em que o cérebro tenha muitas demandas, e aí o lazer certamente está incluído.

 

Além disso, a ciência demonstra, de forma inequívoca, que o padrão da dieta mediterrânea ajuda a prevenir a demência. Essa é uma dieta rica em peixes, verduras, legumes, frutas, cereais (melhor se forem integrais), azeite e outras fontes de ácidos graxos insaturados, e baixo consumo de carnes e laticínios e outras fontes de gorduras saturadas, além do uso moderado, porém regular, de álcool.

 

Tão importante quanto o incremento dessas atitudes saudáveis é evitar condições que diminuam as reservas do cérebro, como é o caso do tabagismo, álcool em excesso e o uso de outras drogas neurotóxicas. Para quem tem problemas de saúde como hipertensão arterial e diabetes, o tratamento rigoroso dessas condições é de extrema importância para proteger o cérebro das principais causas de “esclerose”, que são a Doença de Alzheimer e demência vascular. Esta última é resultante de lesões causadas por vasos cerebrais doentes.

 

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E seu tivesse feito isto? E se eu tivesse escolhido aquilo? Uma pesquisa recentemente publicada pelo prestigiado periódico Science demonstrou que esse tipo de pensamento não faz muito a cabeça dos idosos.

 

Pesquisadores da Universidade de Hamburgo na Alemanha estudaram a resposta cerebral de jovens e idosos saudáveis frente a um jogo que exercitava a experiência de arrependimento.  Os voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional entre os rounds do jogo e os resultados apontaram que, em situações de perda, os idosos apresentavam uma menor ativação da área do cérebro geralmente envolvida na experiência de arrependimento (estriado ventral).

 

Esses resultados foram comparados às respostas de outro grupo de idosos com depressão de início tardio na vida, e os saudáveis tinham menor ativação que os deprimidos. Por outro lado, o cíngulo anterior, região que pode ser comparada a uma central do controle de emoções, uma interace entre emoção e cognição, tinha uma maior ativação entre os idosos saudáveis. Como interpretar esses resultados?

 

Os idosos têm uma tendência a apresentar cada vez menos sentimentos negativos e uma das formas de explicar esse fenômeno é que uma maior consciência da finitude da vida pode levar a um melhor estado mental e de bem estar. Este mecanismo compensatório pode fazer com que os mais velhos tenham menos sentimentos de arrependimento, pois ao contrário dos jovens, há menos tempo para mudar o rumo das coisas e talvez a melhor estratégia seja um certo descomprometimento – “let it be”. Estudos epidemiológicos realmente revelam que os idosos se consideram mais felizes e com maior bem estar emocional que os jovens. 

  

O presente estudo mostrou que, diante de uma experiência negativa, os idosos saudáveis têm o centro de regulação das emoções mais ativado e a região associada ao arrependimento menos ativada que os jovens e também idosos deprimidos. Isso sugere que os cabelos brancos nos ensinam a olhar para uma oportunidade perdida de uma forma menos emocional.  Esse mecanismo adaptativo quando não é bem desenvolvido pode representar um risco aumentado para depressão nessa fase mais tardia da vida. 

 

 

 

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Mais da metade das mulheres apresentam queixas de memória na fase de transição para a menopausa e temos algumas evidências de que, nessa fase da vida, elas realmente apresentam uma menor velocidade de processamento cognitivo e menor desempenho da memória verbal.

 

Uma forma de explicar essa lenhificação do pensamento na transição da menopausa é que a redução ou flutuação dos níveis do hormônio estrogênio podem dificultar o pleno funcionamento cerebral. Já foi bem demonstrado que algumas áreas cerebrais são ricas em receptores de estrogênio, regiões que são fortemente vinculadas à memória, como é o caso do hipocampo e o córtex pré-frontal. Além disso, estudos experimentais revelam que o estrogênio é capaz de elevar os níveis de neurotransmissores e também promovem o crescimento neuronal e formação de conexão entre os neurônios.  

 

Nada de pessimismo! A boa notícia é que esses efeitos parecem ser limitados, já que as mulheres voltam a apresentar o mesmo desempenho cognitivo que tinham antes da menopausa após ultrapassarem a transição. Além disso, as mulheres que recebem reposição hormonal antes do término da menstruação são beneficiadas do ponto de vista cognitivo, o que não acontece com aquelas que começam esse tipo de tratamento após o término da menstruação. Essa é mais uma evidência de que reposição hormonal deve ser utilizada pelo menor tempo necessário.

 

E suplementos de soja podem ajudar? A soja é a principal fonte de isoflavonas da dieta, micronutrientes estes que se ligam aos receptores de estrogênio do cérebro. Uma série de pesquisas tem procurado demonstrar seus efeitos na menopausa e os resultados, apesar de conflitantes, não têm sido muito animadores. Os estudos mais robustos até chegaram a evidenciar uma melhora na capacidade de memória visual (ex: reconhecimento de rostos), mas sem impacto relevante em outras funções cognitivas. Vale ressaltar que essas pesquisas envolveram mulheres já na menopausa e por isso a discussão está longe de ser encerrada. O efeito da soja na transição da menopausa pode ser diferente.  

 

 

 

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Atividade física diária previne a doença de Alzheimer mesmo entre aqueles com mais de 80 anos. Essa á conclusão de um estudo publicado esta semana pela versão online do periódico da Academia Americana de Neurologia.

 

Durante quatro anos, mais de 700 idosos, com uma média de idade de 82 anos, foram acompanhados com testes anuais de memória e outras funções cognitivas. Eles foram também monitorados em suas atividades físicas através de um questionário e por um dispositivo chamado actígrafo, tipo um relógio de pulso, que registra a movimentação de uma pessoa ao longo do dia.

 

Nesse período, 10% dos voluntários receberam o diagnóstico de doença de Alzheimer. Aqueles que tinham registro de maior atividade foram os que tiveram menos chance de desenvolver a doença. Os 10% com menos atividade tiveram um risco três vezes maior quando comparados aos de maior atividade.  Esse efeito protetor foi demonstrado não só com os exercícios físicos formais, mas também com atividades do cotidiano como limpeza da casa, cozinhar e lavar louças. O benefício da atividade física mostrou-se independente das atividades cognitivas e sociais que ajudam na prevenção da doença. 

 

A pesquisa confirma, com metodologia bastante refinada, que a atividade física, é uma aliada na luta contra a doença de Alzheimer, mesmo em idades avançadas. Sabemos que o exercício estimula a liberação de uma série de combustíveis para os neurônios e vasos e melhora o aproveitamento da glicose pelo cérebro. 

 

** No dia a dia do consultório, as pessoas perguntam muito qual é o tipo de atividade física mais recomendada para o cérebro. Nesta semana, outro estudo publicado pelo Archives of Internal Medicine revelou que atividade física do tipo musculação duas vezes por semana durante seis meses promoveu a melhora cognitiva de mulheres idosas com queixas subjetivas de memória. Além disso, durante uma tarefa tipo jogo de memória, esse programa de atividade trouxe maior ativação de uma série de áreas cerebrais.

 

 

 

 

 

 

Ouço às vezes no consultório jovens dizendo coisas como: “Já fiz check up com o cardio, com o gastro, agora só falta o neuro”.  Mas afinal, que tipo de check up as pessoas realmente devem fazer?

 

Para quem não tem sintomas, ou qualquer doença conhecida, exames como PSA (antígeno prostático), tomografia das artérias coronárias, raio-x ou tomografia de pulmão têm sido colocados em xeque. Mamografia a partir dos 40 ou 50 anos? Testes genéticos que podem demonstrar uma maior chance de desenvolver doença de Alzheimer no futuro? Todo mundo poderia fazer exame para descartar aneurisma cerebral? Qual é o custo benefício?

 

Resultados falso-positivos levam à ansiedade, novos exames que não raramente são invasivos e, por vezes, até cirurgias desnecessárias. A isso se dá o nome de iatrogenia que é a contra-mão do que o pai da medicina Hipócrates deixou como princípio ético – primum non nocere (em primeiro lugar, não fazer mal). Check ups para pessoas assintomáticas só devem ser realizados quando existem evidências de que os benefícios são maiores que os danos. Isso não quer dizer que as pessoas devem deixar de ir ao médico ou ao dentista pelo menos uma vez ao ano, especialmente após os 40 anos.

 

 

Nos tempo de hoje, os médicos já não precisam cuidar só dos doentes, mas também das pessoas saudáveis. Estamos sempre vulneráveis a sermos rotulados como portadores de alguma disfunção ou transtorno.  

 

Veja abaixo algumas diretrizes de check up de diferentes sistemas do nosso corpo:

MAMA (mulheres) Auto-exame mensal.Após os 40 anos: exame clínico da mama e mamografia anualmente. Mulheres com alto risco (>20% de chance de desenvolver a doença ao longo da vida), podem discutir o custo-benefício da ressonância magnética e ultrasonografia.
COLON E RETO Após os 50 anos: sangue oculto nas fezes anualmente e retossigmoidoscopia a cada 5 anos ou colonoscopia a cada 10 anos. Se houver história de câncer de cólon na família, o sreening deve iniciar após os 40 anos (colonoscopia e testes genéticos).
COLO UTERINO (mulheres) Papanicolau anualmente (discutir custo-benefício do teste DNA HPV)
ATEROSCLEROSE Score de Frahmingham anualmente. Score intermediário (> 10%) : indicado teste de esforço.

Após 55 anos se apresentar qualquer fator de risco (hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, dislipidemia, história familiar, síndrome metabólica):  Ecodoppler de carótidas com espessura íntima média ou Score de Cálcio Coronariano pela tomografia computadorizada a cada 5 anos. Avaliação oftalmológica (retina) e US para descartar aneurisma de aorta abdominal  após 60 anos.

Cavidade oral:Visita ao dentista semestralmente.Olhos:Avaliação periódica com oftalmologista – anual a partir dos 45 anos de idade.Ossos:Densitometria óssea a partir dos 65  e a partir dos 60 anos se houver fatores de risco para osteoporose (ex: uso de corticóide, tabagismo).Pele:Avaliação dermatológica ao aparecer manchas, pintas, feridas inéditas.Estômago – Esôfago:Endoscopia digestiva alta  em caso de dificuldade para engolir ou dispepsia sustentada ou associada a outros sintomas / sinais (ex: perda de peso, anorexia, anemia).Tiróide: US de tiróide é recomendado para pacientes de alto risco (história familiar de câncer de tiróide ou de irradiação) e quando há nódulo palpável, bócio ou linfonodos suspeitos. (AACE 2006).Pulmão: Mesmo com história de tabagismo, a ACCP (2007) não recomenda screening.

Abdome, linfonodos: PET/CT de corpo inteiro não é recomendado como screening (SNM 2007). US de abdome pode ser realizado para avaliação periódica do fígado, vesícula, pâncreas, e rins.  

Sistema genito-urinário: Exame de urina anualmente. US de pelve via abdominal pode ser realizado  para avalaiação periódica de ovários, útero e bexiga. A realização de US transvaginal e CA 125 anual para screening de câncer de ovário é controverso, mesmo em mulheres com história familiar da doença.

PROTEJA SEU CÉREBRO E MANTENHA-O BEM AFIADO

– Durma bem

– Pratique exercícios físicos moderados pelo menos 30 minutos 5 vezes por semana. Evite a exposição solar entre as 10:00h e 16:00h.

– Controle os fatores de risco vascular (ex: tabagismo, pressão alta, diabetes, colesterol, etc)

– Mantenha seu peso ideal

– Equilibre o trabalho com o lazer

– Adote a Dieta Mediterânea na sua vida:  coma pelo menos 5 porções diárias de frutas / vegetais, dê preferência aos grãos integrais, evitando os refinados, e dê preferência às gorduras insaturadas (azeite). Limite o consumo de carnes vermelhas ou processadas (ex: defumados), e o uso de álcool a uma dose por dia. (dê preferência ao vinho tinto). Inclua o peixe na sua dieta pelo menos 2 vezes na semana, especialmente o atum, sardinha e salmão.

ESSAS SÃO ATITUDES QUE, ALÉM DE FAZEREM  BEM AO SEU CÉREBRO,PREVINEM A ATEROSCLEROSE E O CÂNCER

 

 

 

 

 

 

Pesquisa publicada na última edição do periódico da Academia Brasileira de Neurologia aponta que os cuidadores de pacientes idosos com demência fazem mais uso de medicações psicotrópicas do que aqueles que cuidam de idosos com outros problemas.

 

O estudo foi conduzido no Distrito Federal, sob a liderança do geriatra Einstein Camargos da Universidade de Brasília, e avaliou por dois meses cuidadores de idosos que eram acompanhados em quatro diferentes unidades de atendimento geriátrico de Brasília: Hospital Universitário de Brasília, Hospital Regional da Asa Norte, Hospital Regional do Guará e Hospital Regional de Taguatinga.

 

Questionários estruturados foram aplicados a 331 cuidadores de idosos, sendo que 63% destes eram cuidadores de pacientes com demência e os outros 37% formados por cuidadores de pacientes sem demência. O uso de psicotrópicos, incluindo benzodiazepínicos e antidepressivos, foi mais comum entre os que cuidavam de pacientes com demência quando comparado ao outro grupo (18.4% X 7%). Medicações para induzir o sono passaram a ser usadas após o início da função de cuidador mais frequentemente entre aqueles que cuidavam de pacientes com demência do que no outro grupo (11.4% X 4.3%). A maioria dos cuidadores era formada por filhos dos pacientes sem ocupação profissional, mulheres em 80% dos casos.

 

Pacientes com demência apresentam agitação durante a noite e habitualmente influenciam o sono da casa como um todo. A carga emocional de cuidar de um ente querido e até mesmo a restrição das atividades sociais também contribuem para esse maior uso de psicotrópicos. Estudos demonstram que os cuidadores de pacientes com demência têm hormônios do estresse mais elevados, respostas imunológicas a infecções menos eficientes, apresentam uma maior freqüência de transtornos psiquiátricos como a depressão e piores qualidade de vida e estado de saúde geral. 

 

A atual pesquisa provoca uma reflexão para que os médicos que assistem a pacientes com demência dêem atenção aos cuidadores e os orientem a ter apoio psicoterápico quando indicado.

 

 

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