Bactérias e vírus como o herpes podem ter uma parcela de culpa nas dificuldades cognitivas encontradas nos idosos. Isso é o que sugere os resultados de um estudo publicado hoje pelo periódico oficial da Academia Americana de Neurologia.
Pesquisadores das Universidades de Columbia e Miami nos EUA demonstraram que idosos com maior carga de infecção no sangue, medida por níveis de anticorpos no sangue, apresentavam menor desempenho cognitivo. Essa carga de infecção deve ser entendida como uma cicatriz imunológica de vários patógenos ao longo da vida. Nesse estudo, foram testadas cinco causas comuns de infecção: três vírus (herpes simples tipo 1 (oral) e tipo 2 (genital), e citomegalovirus), Chlamydia pneumoniae (causa comum de infecção respiratória) e Helicobacter pylori (bactéria encontrada no estômago e associada a gastrite e úlcera).
Foram estudados mais de 1500 voluntários com uma média de idade de 69 anos. A associação entre a exposição aos patógenos e desempenho cognitivo foi maior entre as mulheres e entre os voluntários com menor escolaridade e que não praticavam atividade física. Durante os oito anos de acompanhamento, não houve relação entre a carga de infecção e piora do estado cognitivo, sugerindo que infecções precoces podem fazer a diferença. Boa parte dessas infecções é mais freqüente na infância (ex: citomegalovirus e herpes simples tipo 1).
A atual pesquisa encorpa resultados anteriores que associam infecção a menor desempenho cognitivo e também à doença cerebrovascular. Vacinação na infância contra microorganismos comuns poderia garantir um bom desempenho cognitivo em idades avançadas, mas isso ainda precisa ser testado. No editorial que acompanha o estudo, discute-se que já existem evidências suficientes para se conduzir um estudo piloto com drogas antivirais em pacientes com a Doença de Alzheimer.
** altos níveis da proteína C-reativa, um marcador de inflamação no sangue, também estão associados a alterações cerebrais que influenciam as funções intelectuais. Também já é bem reconhecido que os índices de proteína C-reativa.