Um estudo publicado esta semana pelo periódico Stroke da Associação Americana do Coração revela que a falta de sono está associada ao espessamento das camadas celulares da artéria carótida, mas só entre os homens.  Essa espessura é medida por método de ultra-sonografia, e quando aumentada, é considerada uma manifestação precoce da doença aterosclerótica e um marcador do risco de eventos vasculares como o infarto do coração e acidade vascular cerebral.

 

A pesquisa envolveu 617 americanos com idades entre 37 e 52 anos que foram submetidos ao exame da carótida e também ao registro objetivo do número de horas de sono por um aparelho chamado actígrafo, por três dias consecutivos.  Os homens dormiram menos que as mulheres – 5.8 horas  X 6.3 horas, e, pelo menos entre eles, quanto mais curta a noite de sono, maior era o espessamento da artéria carótida. A melhor explicação para essa diferença entre gêneros é o fato da doença aterosclerótica se apresentar nos homens de forma mais precoce. Talvez a mesma associação pudesse ser encontrada entre as mulheres do estudo numa reavaliação alguns anos depois.

 

Estudos epidemiológicos apontam que as pessoas que dormem pouco têm maior risco de doenças cardiovasculares, mas os mecanismos para essa associação não são bem conhecidos. Evidências recentes têm apontado de que a privação de sono pode favorecer a presença de fatores de risco vascular como hipertensão arterial, dislipidemia e síndrome metabólica.

 

O início do processo de aterosclerose se dá por uma disfunção da camada mais interna do vaso (o endotélio), seguido por acúmulo de gordura, desencadeando um processo inflamatório crônico. Vale ressaltar que o vaso sanguíneo é um órgão tão complexo do ponto de vista funcional como qualquer outro órgão do organismo. Hábitos de vida e doenças que representem insultos à sua camada interna são os maiores responsáveis pelo desenvolvimento da aterosclerose. Estes são os principais vilões: TABAGISMO, NÍVEIS ALTOS DE GORDURA NO SANGUE, HIPERTENSÃO ARTERIAL, DIABETES, OBESIDADE, INATIVIDADE FÍSICA, ESTRESSE, BAIXO CONSUMO DE FRUTAS E VEGETAIS e ABUSO DE ÁLCOOL.

 

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