Uma pesquisa publicada na última semana pelo periódico The Lancet aponta que 79% das pessoas com depressão já experimentaram alguma forma de discriminação.

  

O estudo foi liderado pelo Instituto de Psiquiatria do King’s College de Londres e envolveu 35 diferentes países, incluindo o Brasil. Questionários detalhados foram aplicados a mais de mil voluntários que faziam tratamento para depressão.

 

Um terço dos voluntários declarou que foram rejeitados por outras pessoas por conta de seus problemas mentais, especialmente por membros da família. Um terço evitou um relacionamento pessoal por antecipar a idéia de poder sofrer rejeição, um quarto não se inscreveu para um novo trabalho por conta dessa expectativa e 71% responderam que preferem esconder o diagnóstico por receio de sofrerem discriminação. Além disso, quanto maior a experiência de discriminação vivida mais frequentes os episódios depressivos ao longo da vida e maior a chance de internação psiquiátrica.  

 

O estudo confirma numa amostragem bastante representativa que o estigma associado à depressão é uma forte barreira para uma vida social e profissional bem sucedida. Intervenções contra a discriminação podem mudar o atual panorama dessa grave doença e, no Brasil, já existe uma proposta de inclusão da psicofobia no novo Código Penal, tornado crime a discriminação de indivíduos com doenças mentais.

 

 

 

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