Quem pega no volante até três horas após o consumo de maconha tem duas vezes mais chance de se envolver num acidente. Essa é a conclusão de um estudo publicado hoje pelo prestigiado periódico British Medical Journal.
Pesquisadores canadenses avaliaram nove diferentes estudos que envolveram quase 50 mil pessoas. Essa foi a primeira meta-análise sobre o tema e que conseguiu separar os efeitos da maconha e do álcool de forma independente. Os resultados são consistentes com estudos experimentais que demonstram que o consumo da maconha provoca alterações das capacidades psicomotoras e redução do desempenho em simulações de direção em laboratório.
Apenas conscientizar a população sobre os riscos de acidentes associados ao uso da maconha pode ser insuficiente. Alguns países europeus, Austrália e mais de dez estados americanos implantaram testes de maconha nas estradas que são feitos através de análise da saliva dos condutores. A maioria dessas experiências tem sido de tolerância zero, ou seja, qualquer traço de maconha na saliva já implica em penalização. Até existem propostas para definir níveis considerados toleráveis para a condução de veículos, mas elas ainda não emplacaram.
Testes para maconha podem até ser eficazes, mas ao contrário da experiência com os bafômetros, ainda não há evidências de que esse tipo de ação reduza os índices de acidentes de trânsito. Análises criteriosas de resultados dos governos que já implantaram os testes de saliva devem guiar as decisões de outros países que consideram esse tipo de ação.
4 comentários
8 fevereiro, 2013 às 7:46 pm
heberthbrian
Só pra pensar: Se o cara fumou 2 dias antes – e é notável que a substância do thc fica muito mais de 24h no organismo – e for parado na blitz, o que garante que o exame não vai apontar substância de THC e vão deter o cara por algo que foi feito dias atrás e que naquele momento não está prejudicando em nada?
25 abril, 2012 às 8:25 pm
Cristiano
A maconha tem sido utilizada medicinalmente por toda a história da humanidade, desde a China antiga até a nobreza inglesa do século 19. Sua proibição é recente e data de menos de cem anos, e, de modo algum, foi baseada em critérios científicos e de saúde pública, tendo sido baseada em preceitos morais, econômicos e racistas, já que, como era uma planta consumida por negros e mexicanos nos EUA, ficava mais fácil segregar estas pessoas através da criminalização de um hábito destes grupos. Atualmente, importantes autoridades do meio político e científico advogam a favor da regulamentação do consumo. Dentre eles, temos brilhantes neurocientistas brasileiros, como Sidarta Ribeiro, Renato Malcher e Stevens Rehen. Estes pesquisadores afirmam que a maconha é uma droga muito mais segura e menos viciante do que o álcool e o tabaco, que a teoria da “porta de entrada” não passa de um mito que, absolutamente, não corresponde à realidade da maioria esmagadora dos usuários, e que a ideia de que a maconha “mata neurônios”, simplesmente, é falsa. Pelo contrário, estes pesquisadores citam pesquisas que concluíram que os princípios ativos da maconha possuem efeito neuroprotetor, com potencial de utilização no combate de doenças como Parkinson e Alzheimer. Ainda, importantes políticos de países que enfrentam problemas graves com a violência gerada pelo tráfico de drogas, como Fernando Henrique Cardoso, César Gaviria, Ernesto Zedillo e Bill Clinton, ex-presidentes do Brasil, Colômbia, México e EUA, respectivamente, concluíram, após muitos estudos, que a guerra ao tráfico e a ilegalidade é muito mais danosa à sociedade do que a droga em si. Há muito mais pessoas morrendo em decorrência desta guerra, muitas destas, inocentes, do que pessoas morrendo diretamente em decorrência do abuso de substâncias ilícitas. Basta citar os neurocientistas Sidarta Ribeiro e Renato Malcher, que dizem que é simplesmente impossível morrer de overdose de maconha, enquanto a guerra realizada para coibir o seu consumo e a disputa dentro do tráfico já mataram milhares de pessoas no Brasil.
A maconha possui grande potencial de utilização medicinal, no combate aos efeitos da quimioterapia do câncer, no tratamento da AIDS, Parkinson, Alzheimer, Glaucoma, ansiedade, no combate a tumores malignos, dentre outras. Ao contrário da maconha, o álcool é uma droga que pode matar por overdose, e nem por isto é ilegal, tendo sido definidas formas responsáveis para o seu consumo. Por outro lado, do mesmo modo que o álcool, estudos mostraram que a maconha não deve ser consumida por crianças e adolescentes, por afetar o desenvolvimento cerebral nestas faixas etárias, e por pessoas com tendência a surtos psicóticos e esquizofrênicos. Mesmo assim, há uma ampla parcela da sociedade, que inclui médicos, psiquiatras e neurocientistas, que advoga que, não apenas a utilização medicinal, mas também a utilização recreativa, feita por adultos saudáveis e de modo responsável, é segura e deve ser regulamentada. O mais importante de tudo é desobstruir o debate. A guerra total às drogas foi perdida, nunca o mundo combateu tanto as drogas e nunca elas foram tão consumidas. Um debate sem tabus, sem moralismos e demonizações, baseado em ciência, deve ser realizado a fim de encontrar uma nova maneira de lidar com a maconha, de modo a minimizar seus malefícios, inclusive aqueles relacionados à guerra e ao tráfico, e maximizar seus benefícios.
17 fevereiro, 2012 às 2:55 am
Ainda tem gente que acha que a maconha não faz mal à saúde. As coisas não são bem assim. «
[…] Veja também o POST sobre os efeitos da maconha na capacidade de direção de veículos motorizados. CLIQUE AQUI. […]
13 fevereiro, 2012 às 3:31 pm
Mil Ton
Essa pesquisa científica, vem de encontro ao que está sendo propagado por um ex-presidente da república do Brasil e outors nomes consagrados daqui e de fora do país. Isso vem apenas provar o que grande parde da população brasileira já sabe. A maconha é uma droga perigosa e o caminho principal para o crack.