A última edição do periódico Pediatrics publicou os resultados de uma experiência da multinacional IBM que oferecia 150 dólares a funcionários da empresa com filhos para que participassem de um programa de apoio a hábitos de vida saudáveis, que envolve não só o empregado, mas toda a sua família. O programa foi aplicado em mais de onze mil funcionários, durava 12 semanas e eram incentivados três principais comportamentos que influenciam o controle de peso: alimentação equilibrada, atividade física e limite de tempo dedicado em frente às mídias eletrônicas.
Os resultados foram bem positivos: atividade física em família pelo menos três vezes por semana aumentou em 17%, de 23.2 para 40.3% dos voluntários; jantares saudáveis em família pelo menos cinco vezes por semana aumentaram em 11.8%, de 74.9% para 86.7%; limite de uma hora diária de exposição às mídias eletrônicas aumentou 8.3% entre as crianças (de 24 para 30.7%) e 6.1% nos adultos (de 18.1 para 24.2%). De acordo com cálculos da IBM, o custo com a saúde de uma criança obesa é duas vezes maior que a de uma não obesa. No caso de crianças obesas com diabetes, o custo é 6.5 vezes maior.
Uma outra experiência de sucesso nesse sentido foi a da General Eletric (GE). A GE recentemente implantou um programa de recompensa de 750 dólares caso um empregado da empresa conseguisse ficar sem o cigarro por seis meses. Após 9-12 meses, a chance de parar de fumar foi três vezes maior quando comparada à de um grupo de tabagistas que não receberam recompensa. A GE calcula que a empresa economiza 3700 dólares por ano quando um empregado para de fumar, especialmente por redução do absenteísmo e incidência de doenças. Pelos resultados obtidos, a empresa precisaria investir em 7 indivíduos para conseguir um caso de sucesso, e desse ponto de vista, a estratégia é promissora.
Esses resultados chamam a atenção para o importante papel dos empregadores na promoção de saúde de seus funcionários e no quanto isso pode repercutir na saúde financeira de uma empresa. Bom para a empresa e melhor ainda para seus funcionários.
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4 comentários
14 outubro, 2010 às 1:56 am
Aline
Boa noite Dr. Ricardo!
Conheci seu blog hoje e achei maravilhoso!Por isso quero pedir sua ajuda.
Eu estou muito preocupada com um fato ja faz uns anos.Dos meus 13 a 16 anos tive fortes crises de enxaqueca com aura, ao ponto de passar muito mal e ser levada para o hospital. Era uma rotina de 2 a 3 vezes por semana. Fui a um neuro que me receitou o Limbitrol por 2 anos. Durante esse tempo não tive nenhuma crise. Achei que estivesse curada e ele interrompeu o remedio.
Comecei a ter relacionamento sexual com 18 anos e de la pra ca não parei de utilizar pilula anticocepcional (sempre com recomendação medica).
Fiz eletroencefalograma e tomografia computadorizada com 18 anos e nada de anormal foi constatado.
Hoje, aos 22 anos, ainda sinto a aura mas que raras vezes vem acompanhada da dor, como era antes.
Li a bula da pilula e la fala da contra indicação. Que esses pacientes tem mais probabilidade de ter derrame.Não posso nem pensar na hipotese de uma futura AVC que ja entro em panico. Sou bastante ansiosa.A boa é que nem fumo e nem bebo bebidas alcoolicas.
Dr. Ricardo, so gostaria de uma sugestão no que posso fazer. Como namoro tenho medo de interromper com a pilula e engravidar. Mesmo usando preservativo.
Aguardo seu retorno e desde ja agradeço muito!
Abraços.
14 outubro, 2010 às 2:41 am
Ricardo Teixeira
Oi Aline
Pode ficar tranquila, pois você pode usar pilulas só com progesterona e seus derivados. Evite as pilulas com estradiol (Estrogênio)
11 outubro, 2010 às 11:54 pm
Leonardo Fontenelle
Experiências como essas são interessantes, mas não consigo deixar de pensar numa pessoa da família que trabalhou numa empresa com uma política semelhante. As equipes que atingiam determinada melhora em fatores de risco cardiovascular tinham um bônus periódico. Essa pessoa que conheço usou um medicamento para perder peso, mesmo sabendo que seria prejudicial a longo prazo e que aumentaria seu risco de uma série de problemas, para garantir que sua equipe cumpriria a meta de emagrecimento. Tudo foi por baixo dos panos, então uma coisa assim não aparece nos números oficiais. Infelizmente, isso também significa que não temos como saber se uma trapaça como essa são a regra ou a exceção.
12 outubro, 2010 às 1:06 am
Ricardo Teixeira
No cao da GE, uma das preocupações era a de que indivíduos poderiam começar a fumar para então largarem o ” vício ‘ e receberem a recompensa.