A saúde cerebral é fortemente influenciada por vários fatores ambientais, ou seja, ela depende do quanto investimos em nossa saúde como um todo. Algumas atitudes no dia-a-dia mostrarão retorno em um curtíssimo prazo, enquanto os resultados de outras poderão ser percebidos quando alcançamos idades mais avançadas. Atividade física e sono regulares, uma dieta inteligente, manter o peso em dia, abstenção de substâncias neurotóxicas e busca/manutenção do equilíbrio psíquico podem ser consideradas as ações mais importantes. De extrema relevância também é cuidar bem de qualquer problema de saúde não neurológico, como é o caso da hipertensão arterial, pois muitas dessas condições podem ameaçar a saúde cerebral. O interessante é que essas ações costumam ocorrer em bloco, como num círculo virtuoso. Uma coisa chama a outra. Olhando por esse ângulo, a saúde cerebral é conseqüência de um envelhecimento saudável.
Por outro lado, as pessoas que são portadoras de algum transtorno mental ou neurológico, muitos deles com forte componente genético, essas podem ter sua saúde cerebral ainda mais prejudicada, pois a doença reduz a chance de um envelhecimento com ações que promovam a saúde. Podemos exemplificar a situação de um indivíduo com um diagnóstico de doença mental grave, que tem insônia, dificuldade para realizar atividades físicas e ainda apresenta alcoolismo e tabagismo como comorbidades. Dessa forma, a saúde cerebral pode ser vista como o ponto de partida para um envelhecimento saudável. Mas podemos analisar a questão de uma forma ainda mais ampla.
A pobreza é reconhecida como um dos principais fatores que contribuem para o número de pessoas com retardo mental ao redor do mundo. Estima-se que cerca de 200 milhões de crianças menores de cinco anos em países subdesenvolvidos não atingem seu pleno potencial de desenvolvimento cognitivo devido a condições associadas à pobreza. A pobreza está por trás de dois dos principais fatores de risco para o retardo mental: deficiência nutricional e de estímulo cerebral. Do ponto de vista de saúde pública, a pobreza tem um impacto sobre o cérebro muito maior que a grande maioria das doenças neurológicas com suas organizadas sociedades médicas e associações de pacientes, e com seus medicamentos que movem o business da saúde.
Para discutir o assunto, estarei apresentando a palestra “Saúde Cerebral: Consequência ou Ponto de Partida?”, dia 20 de setembro, às 14h30, na Sala Master do BSB INLUX, evento que acontece entre os dias 19 e 21 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
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1 comentário
9 setembro, 2010 às 2:36 pm
marizete gomes
bom dia !tomei sertralina com associação de subitramina durante 2anos parei por conta propria nem voltei ao medico,engordei 25 kilos esta relacionado ao termino do tto s orientação medica.