Durante a última década a internet passou a ser um meio de comunicação de massa cada vez mais importante, abraçando todas as áreas do conhecimento com duas principais vertentes: fonte de informação e meio de comunicação entre pessoas e grupos. No caso da saúde, a internet é hoje uma das principais fontes de informação (“Dr. Google”), mas também é crescente o número de comunidades virtuais de ajuda mútua.
Devido ao fato de uma grande quantidade de informação na internet ter qualidade duvidosa, é natural a preocupação de que a informação acessada poder trazer mais prejuízos do que lucro à saúde de um indivíduo. Isso realmente pode ocorrer, e nem precisa da informação ser incorreta, pois muitas vezes o indivíduo não sabe o que fazer com a informação certa, podendo deixar de buscar ajuda de um profissional da saúde quando na verdade está precisando. Mesmo com essas ressalvas, a internet trouxe infinitamente mais benefícios do que riscos à sociedade quando o assunto é informação em saúde.
E as comunidades virtuais de ajuda mútua? Elas deveriam ser vistas com cautela? As pessoas se associam a essas comunidades porque estão sofrendo com uma doença ou estão preocupadas com a saúde de forma mais ampla e podem encontrar suporte emocional ao dividir com outros suas experiências e seus medos. Isso por si só já tem efeito terapêutico. Estudos têm demonstrado que as comunidades virtuais oferecem significativo suporte emocional aos seus participantes, e a auto-percepção desse suporte é diretamente proporcional ao tempo investido na leitura das contribuições. Além disso, o receio de que tais comunidades possam afastar as pessoas doentes dos profissionais de saúde parece não proceder. Pesquisas recentes com comunidades virtuais de transtornos de alimentação e de tendência ao suicídio revelam que a participação nessas comunidades aumentou a motivação para a busca de tratamento especializado em até 27% dos casos. Não é pouco, pois se apenas uma pequena parcela dessa porcentagem procurar tratamento especializado, o efeito já é formidável.
Alguns profissionais de saúde temem em indicar que seus pacientes participem de comunidades virtuais de ajuda mútua, e não há justificativa para isso. Ao contrário, hoje as comunidades devem ser vistas muito mais como uma valiosa ferramenta para o processo terapêutico do que uma atividade de risco. Tais comunidades podem passar a fazer parte no futuro da lista de recomendações que um terapeuta fará a um paciente, lado a lado com a prescrição médica, mudanças de hábitos de vida, etc. E é claro que os próprios profissionais de saúde podem se beneficiar sobremaneira de comunidades em que possam dividir as próprias dificuldades que enfrentam no dia-a-dia para o pleno exercício de suas profissões.
** Para uma idéia bastante interessante sobre a riqueza dessas comunidades, recomendo uma visita ao Blog Eu vou parar de fumar (www.euvouparardefumar.com).
9 comentários
17 março, 2012 às 11:52 am
fernanda cristina silva correa
Qualquer forma de nos ajudar e uma terapia para nossa alma,o fato e que quando dedicamos para augo que faça a diferença , deixamos o coraçao receptivo a receber as energia que o univerno nos manda, mais muitas vezes nao estamos aberto a receber.Se voce esta cheio de coisas no armario que ja nao usa ,como roupas e causados boucas etc,me ajude fazer a diferença e doe para seje doada para pessoas carentes.mande para o endereço!Itabira MG rua dos locutores N;20 BAIRRO gabiroba.
fernanda.correa@uel.com.br
14 março, 2010 às 10:23 pm
lais leal
LI na semana passada sobre dores musculares apos a ingestão de medicina cujo principio ativo conste ESTATINA.
Ha anos venho sofrendo de dores nas pernas e cheguei a conclusão (embora meu médico não aceite) que a causa são as doses de ESTATINA que venho ingerindo por todos esses anos.
Na reportagem do Dr. Ricardo Teixeiura constava um FERMENTO DE ARROZ VERMELHO substancia estraida desse arroz que faz com que o colesterol seja reduzido sem causar as terriveis dores.
Gostaria de maiores informações e onde adquerir tal fermento ou extrato não sei bem.
Ficare muito grata se receber essa ajuda e maiores informações
Desde ja meu muito obrigada Lais Milroy
15 março, 2010 às 12:31 am
Ricardo Teixeira
Oi Lais
O fermento vermelho do arroz é uma forma de estatina e por isso também deve ser indicado pelo médico. No Brasil parece que não há para coprar o produto em feiras, etc… mas tem uma indústria farmacêutica que comercializa o produto em cápsulas. A indicação deve partir do seu médico.
17 março, 2009 às 9:18 pm
A força da comunidade no tratamento do tabagismo
[…] Tais comunidades podem passar a fazer parte no futuro da lista de recomendações que um terapeuta fará a um paciente, lado a lado com a prescrição médica, mudanças de hábitos de vida, etc. E é claro que os próprios profissionais de saúde podem se beneficiar sobremaneira de comunidades em que possam dividir as próprias dificuldades que enfrentam no dia-a-dia para o pleno exercício de suas profissões. (…)” Leia o artigo do Dr. Ricardo na íntegra em seu blog na internet. […]
28 janeiro, 2009 às 5:24 pm
Glaucia Carvalho
Obrigada pela indicação, vou encontrar um tempinho e traduzir para os leitores do blog.
Um forte abraço.
28 janeiro, 2009 às 11:40 am
Ricardo Teixeira
Acho que vale a pena divulgar esse estudo recém publicado no periódico Addiction Journal mostrando que é duas vezes mais fácil parar de fumar quando há um grupo de suporte do que tentar parar sozinho.
Mais uma vez demonstro meu encanto com iniciativas como o SITE
“Eu vou parar de fumar”.
Para quem quiser saber mais sobre a pesquisa:
http://www.addictionjournal.org/viewpressrelease.asp?pr=89
19 janeiro, 2009 às 12:26 am
Novas formas de prevenir e tratar a depressão pós-parto. «
[…] Ler também: Saúde, internet e comunidades virtuais de ajuda mútua […]
15 janeiro, 2009 às 4:19 pm
Ricardo Teixeira
Cara Gláucia,
Minha visão é que o ” Eu vou parar de fumar ” e o ” Consciência no Dia-a-Dia” têm formatos distintos mas certamente podem caminhar juntos pois os objetivo final é o mesmo – mais saúde e qualidade de vida à rede de pessoas que chega até nós.
Estarei sempre à disposição para contribuir com seu rico projeto.
Ricardo
15 janeiro, 2009 às 2:33 pm
Glaucia Carvalho
Olá Ricardo, quero agradecê-lo pela indicação do meu blog nessa feliz explanação sobre o papel das comunidades como suporte para terapias 🙂 O Blog “Eu vou parar de fumar” nasceu exatamente dessa idéia e hoje, transforma-se em uma comunidade antitabagista onde as pessoas se beneficiam do convívio diário e ajuda mútua na busca de soluções para seus problemas.
Na próxima semana, será inaugurada a versão beta da comunidade e teria imenso prazer em tê-lo como membro. Sua participação irá enriquecer ainda mais nossas discussões, trazendo a palavra de um profissional da saúde. Aguardamos você!
Um forte abraço.
Glaucia Carvalho.