Um estudo publicado ontem no respeitado periódico New England Journal of Medicine aponta que a primeira semana do horário de verão aumenta o risco de infarto do coração. O efeito é ainda mais significativo entre indivíduos com menos de 65 anos e entre as mulheres. Os pesquisadores avaliaram a incidência de infarto do coração na Suécia entre 1987 a 2006.
A melhor explicação para esses resultados é o conhecido efeito da privação do sono no sistema cardiovascular. Pesquisas demonstram que a privação do sono é capaz de aumentar marcadores de inflamação (ex: citocinas), aumenta o nível de atividade do sistema nervoso autônomo simpático, podendo gerar alterações metabólicas significativas. Será que não seria justo oferecer à população uma transição mais flexível na implantação do horário de verão, como por exemplo, poder começar o trabalho uma hora mais tarde nos primeiros dias? Isso poderia ser especialmente relevante na segunda-feira e para aqueles que têm reconhecido risco vascular, pois já sabemos que é na segunda-feira que ocorre o maior número de casos de infarto do coração e derrame cerebral. Esse efeito pode ser explicado pelo estresse de ter que voltar ao trabalho e até mesmo pelos excessos do fim de semana.
É de se esperar que as autoridades estejam repensando o custo-benefício do horário de verão ou uma maior flexibilização do horário na primeira semana de implantação. Na hora de refazer as contas, é importante considerar que pesquisas tanto no Canadá quanto nos EUA mostram que na primeira semana da implantação do horário os acidentes de trânsito aumentam cerca de 8%.
2 comentários
3 novembro, 2008 às 12:29 pm
Ricardo Teixeira
É Denise,
Nesse estudo eles encontraram até uma menor incidência de infarto no primeiro dia ´do retorno ao horário original. Cada um é cada um, suecos são suecos, etc….
3 novembro, 2008 às 12:20 pm
DTRibeiro
É, já eu acho que tenho meu risco de infarto aumentado quando acaba o horário de verão. Horário (e o resto) do verão me faz um bem…
Bjos, Dê.