Um estudo publicado no final de outubro na versão eletrônica do periódico Neurology da Academia Americana de Neurologia demonstra o quanto uma dieta adequada pode ajudar na recuperação de uma pessoa que sofreu um derrame cerebral.
Cerca de metade dos pacientes que iniciam o trabalho de reabilitação após um derrame cerebral apresenta algum grau de desnutrição e as causas são múltiplas: dificuldade em engolir os alimentos, dependência de outras pessoas para poder comer, depressão, e muitas vezes um estado de desnutrição até mesmo antes de sofrer o derrame. Já sabemos que os pacientes desnutridos recuperam-se com maior dificuldade, porém ainda é controverso se uma suplementação dietética especial é capaz de fazê-los recuperar melhor.
Nesse novo estudo, foram incluídos mais de cem pacientes que sofreram derrame cerebral no último mês, e que podiam ser considerados como desnutridos (perda > 2.5% do peso nas primeiras 2 semanas de internação). Metade dos pacientes receberam uma super-dieta com teor 2 vezes maior de calorias, 2 vezes maior de proteínas e 4 vezes maior de gordura, além de suplementação de vitamina C. Quando comparados aos pacientes que receberam uma dieta normal, esses que receberam a super-dieta receberam alta para casa com maior nível de independência.
A pesquisa apresenta algumas limitações metodológicas, entre elas o fato de ter sido realizada num único centro de reabilitação, o que nos faz ser cautelosos em não encerrar o assunto por aqui. Além disso, os resultados também não devem ser extrapolados a pacientes que apresentavam sobrepeso quando apresentaram o derrame.