Onze mil moradores da região de Molise no sul da Itália com mais de 35 anos de idade foram avaliados, e cerca de cinco mil indivíduos sem doenças crônicas e que não faziam qualquer tipo de dieta especial foram selecionados. Desses cinco mil, identificou-se um subgrupo de 1317 pessoas que não faziam uso de qualquer tipo de chocolate e outro subgrupo de 824 pessoas que comiam chocolate amargo regularmente. ESSE GRUPO DE PESSOAS QUE CONSUMIA CHOCOLATE AMARGO REGULARMENTE APRESENTAVA UM ÍNDICE 17% MAIS BAIXO DO MARCADOR DE INFLAMAÇÃO PROTEÍNA C-REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE. Índices altos desse marcador estão associados a um maior nível de aterosclerose, maior risco de infarto no coração e derrame cerebral. Além disso, pesquisas revelam que a redução dos níveis de Proteína C-Reativa de um grau moderado para um grau leve está associada a uma redução relativa do risco de eventos vasculares em cerca de 30%. Os efeitos positivos dos componentes do chocolate em reduzir marcadores de inflamação já haviam sido demonstrados em “tubo de ensaio”, mas é a primeira vez que esse efeito é demonstrado em uma grande amostra populacional.
Apesar do maior nível de ingesta calórica no grupo que consumia chocolate, não houve diferença no índice de massa corporal entre os grupos, ou seja, quem consumia chocolate não era mais gordo. Outro ponto importante revelado pela pesquisa foi que a dose de uma porção de chocolate (20g) a cada três dias (até 6.7g por dia), foi associado aos menores níveis de inflamação. Acima dessa dose, os efeitos foram mais discretos (ver gráfico).
Mais uma vez o chocolate amargo mostra-se um poderoso aliado de nossa saúde. Meia barra de 100 gramas por semana parece ser uma dose inteligente.
4 comentários
30 setembro, 2008 às 6:41 pm
MLourdes
Prezado Dr. Ricardo,
Mais uma descoberta! Que beleza! Estou acompanhando todas as notícias valiosas
que V.sa. tem me enviado e, com isso, vou procurando adaptar-me a elas, incluindo-as
no meu cardápio da vida.
Muito agradecida!
Sinceramente
Mlourdes
30 setembro, 2008 às 5:55 pm
Ricardo Teixeira
Querida Adeline,
Nesse estudo pode-se observar um fenômeno conhecido como curva J.
Isso quer dizer que a ausência de consumo estava associado a altos níveis de Prot C-reativa (ponta superior do J), consumo moderado estava associado aos mais baixos índices do marcador (barriga do J) e maiores consumos estavam asssociados a efeitos mais modestos (ponta inferior do J). No caso do vinho tinto e do álcool em geral, pode-se observar o mesmo fenômeno J, só que desta vez o exagero (> 1 dose diária para mulheres e > 2 para homens) está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares. Na barriga do J, ou seja, quem tem menos risco, estão as pessoas que bebem moderadamente. Já as pessoas que não bebem têm o risco até um pouco maior (ponta inferior do J) que aqueles que bebem moderadamente.
30 setembro, 2008 às 5:43 pm
Adeline
Meu caríssimo médico e amigo !
melhor notícia não poderia deixar de ser publicada.
Agradeço, pois está entre minhas preferências degustativas. E quanto ao vinho tinto? Daria para repetir a dose?
30 setembro, 2008 às 12:36 pm
DTRibeiro
Que boa notícia essa do chocolate, huuuum.!!