A Associação Americana de Medicina define o conceito de alfabetização em saúde como a capacidade de obter, processar e compreender informação básica em saúde necessária à tomada de decisões apropriadas e que apóie o correto seguimento de instruções terapêuticas. Reconhece-se que a maioria da população americana não é alfabetizada em saúde, o que leva a mais freqüentes erros no uso de medicações, à não procura de ajuda médica quando necessário e à dificuldade em assumir hábitos de vida saudáveis. E o jornalismo tem um importante papel na construção dessa alfabetização.
Esta semana, pesquisadores da escola de jornalismo de Missouri – EUA divulgaram uma importante pesquisa sobre jornalismo científico em saúde e receberam o prêmio Top Faculty Paper em comunicação em ciências na última Convenção da Associação para Educação em Jornalismo e Comunicação em Massa, Chicago – EUA. Foram entrevistados cerca de 400 jornalistas dedicados à área de saúde de magazines e jornais em todo o país, com uma média de sete anos de experiência em jornalismo em saúde.
Apenas 18% dos entrevistados haviam recebido treinamento especializado em jornalismo científico em saúde. Metade deles declarou não ter familiaridade com o conceito de alfabetização em saúde e muitos disseram ter dificuldade em explicar informações científicas aos leitores mantendo a credibilidade científica da informação. As três táticas mais usadas pelos jornalistas para ajudar no melhor entendimento da informação pelo leigo foram: 1) incluir a opinião de especialistas; 2) evitar o uso de termos técnicos; 3) disponibilizar dados estatísticos. Quanto aos dados estatísticos, esse é um conhecimento muito importante para o entendimento de informações em saúde, e levar esse conhecimento ao público leigo é um grande desafio, já que uma importante parcela da população tem limitação em entender números.
Mais da metade dos entrevistados disse acreditar que a maioria dos leitores usa as informações para melhor entendimento de temas sobre saúde, e que usam essas informações para uma melhor comunicação com profissionais de saúde. Os jornalistas dedicados aos jornais reconheceram contribuir primariamente na disponibilização de informação, enquanto os jornalistas de magazines relataram acreditar terem um importante papel na mudança de atitudes de vida dos seus leitores.
O jornalismo em saúde tem o importantíssimo papel de traduzir informações científicas de qualidade à população leiga, com um grande potencial de transformação social. A boa formação dos profissionais que atuam na área pode aumentar o sucesso com que a informação chega aos interessados. Essa boa formação deve contemplar o desenvolvimento de habilidades na comunicação com o público leigo, como também o fortalecimento de um senso crítico que promova a priorização de divulgação das informações que sejam mais relevantes à sociedade.
1 comentário
1 janeiro, 2009 às 6:04 pm
Abrimos o ano aumentando o coro por um melhor jornalismo em saúde. «
[…] 2- Cada vez menos veículos de comunicação têm departamentos especializados, como, por exemplo, o de jornalismo científico ou jornalismo em saúde. Existem poucos jornalistas científicos especializados e a classe reconhece que é pouco treinada para divulgar dados científicos sem risco de perder a credibilidade da informação (ver também o post: Jornalismo e Alfabetização em Saúde). […]