A última edição do periódico da Academia Americana de Neurologia traz uma publicação inédita em que pesquisadores americanos demonstraram que adesivos de nicotina promoveram a melhora do desempenho cognitivo de idosos com problemas de memória.  

 

Alguns pequenos estudos já haviam mostrado que o uso desses adesivos poderiam ser promissores para melhorar a memória e atenção de pacientes com a Doença de Alzheimer.  O presente estudo avaliou o efeito entre idosos com problemas de memória menos severos e que recebem o diagnóstico de transtorno cognitivo leve. Esse é um problema que pode ser considerado uma condição intermediária entre o envelhecimento cerebral normal e a demência.

 

Setenta e quatro voluntários não fumantes, e com média de idade de 76 anos, foram divididos em dois grupos. A metade recebeu diariamente adesivos de nicotina de 15mg por seis meses, enquanto a outra metade recebeu adesivos do tipo placebo. Testes cognitivos foram aplicados no início do estudo e após três e seis meses.

 

Ao final dos seis meses, a memória daqueles que usaram nicotina melhorou, enquanto aqueles que usaram placebo tiveram uma piora. Além da memória, a nicotina incrementou a atenção e a velocidade psicomotora. Os adesivos não provocaram efeitos colaterais sérios – a média de perda de peso foi de 2.5 kg, mas a pesquisa não pôde responder se os efeitos positivos da nicotina permanecem no longo prazo. Devemos lembrar que o uso dos adesivos de nicotina só deve ser feito sob indicação de um médico. Começar a fumar então, não precisa nem falar.

 

A nicotina estimula receptores nicotínicos do neurotransmissor acetilcolina no cérebro. Esses mesmos receptores são cada vez mais deficientes à medida que a Doença de Alzheimer progride.