Uma pesquisa recém-publicada pela revista Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia, demonstra que o risco de demência é maior entre as pessoas que classificam a própria saúde como ruim. Essa associação foi mais forte ainda entre as pessoas que nem apresentavam queixas de memória.

Mais de oito mil franceses com idade superior a 65 anos foram acompanhados por uma média de sete anos. Os voluntários responderam à seguinte pergunta: Como você considera sua saúde no momento atual? As respostas possíveis eram: muito ruim, ruim, mediana, boa, excelente. 

Nesse período, 618 deles desenvolveram um diagnóstico de demência e a chance de ter o problema foi 70% maior naqueles que classificaram seus estados de saúde como ruins, quando comparados aos que se julgavam bem de saúde.  Uma das formas de explicar esses resultados é a redução da interação social que uma pessoa que se julga pouco saudável pode apresentar, o que pode acelerar o processo de demência. 

As pessoas que têm a impressão de que a saúde está boa costumam apresentar um estado funcional preservado, o que significa uma boa memória, visão e audição, além de ausência de dor, dificuldades de locomoção ou respiração. Essa percepção reúne informações do funcionamento do corpo que, em última instância, podem refletir o tempo de vida que resta a um indivíduo. E isso tem sido demonstrado nas pesquisas que associam esse indicador à mortalidade geral.