Já é bem sabido que o hábito de fumar aumenta o risco de demência, mas os mecanismos para esse efeito nocivo do cigarro ainda não são bem conhecidos. Um maior contingente de lesões vasculares sempre foi o principal candidato para explicar essa associação, mas uma pesquisa publicada na última edição do periódico inglês Brain aponta que a questão envolve não só os vasos sanguíneos.
Pesquisadores holandeses estudaram mais de 500 voluntários e demonstraram que o tabagismo está associado a alterações da substância branca do cérebro através de análise por técnicas de ressonância magnética sensíveis a alterações microestruturais . Mais importante ainda foi o achado de que essas alterações já não estavam mais presentes entre indivíduos que já não fumavam há 20 anos ou mais. Alem disso, aqueles que ainda mantinham o vício apresentavam pior desempenho cognitivo do que os ex-fumantes.
Outro recente estudo acompanhou mais de dez mil indivíduos na cidade de Londres por mais de uma década e mostrou que tabagistas, já na meia idade, apresentam menor desempenho em testes de memória e de raciocínio quando comparados à população não fumante. Os ex-fumantes já no início do estudo, quando tinham entre 35 e 55 anos de idade, apresentaram 30% menos risco de perdas cognitivas com o tempo.
Uma em cada cinco pessoas ao redor do mundo fuma e já sabemos que o cigarro diminui a expectativa de vida em 7 a 10 anos e ainda representa a principal causa de morte evitável em muitos países. O que as pesquisas têm demonstrado é que os não fumantes e ex-fumantes, além de viverem uma década a mais, vivem esses anos “extras” com maior qualidade de vida e com um cérebro mais afiado.
O burrinho fumando parece politicamente incorreto? É uma brincadeira de mau gosto com aqueles que sofrem com a dificuldade de largar o vício do cigarro?
Há o outro lado da moeda. Já é bem demonstrado o impacto positivo que têm as imagens associando o tabagismo a problemas da saúde, sejam nos maços de cigarro ou em peças publicitárias como cartazes. Cerca de um quarto dos ex-fumantes declara que essas imagens ajudaram na decisão de largar o vício e a não voltar a fumar. Além disso, as imagens ajudam a reduzir a incidência de novos fumantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório esta semana chamando a atenção para o fato de que mais países precisam incorporar a estratégia de imagens e que 70% da população mundial não tem contato com esse material anti-tabagismo, e mesmo nos países em que a prática já foi instituída, as campanhas ainda são muito tímidas. Para fazer efeito, elas precisam ter regularidade e serem mantidas no longo prazo.
A OMS calcula que o tabaco provocará 6 milhões de mortes este ano no mundo todo, sendo que 10% dessas pessoas são aquelas que respiram a fumaça dos outros.
1 comentário
10 julho, 2011 às 10:34 pm
joselma
O cigarro só tem que fazer mal mesmo , desde a semente que é colocado na terra já começa a germinar a base de veneno,cresce com veneno, na minha opinião é a pior droga que vem matando a população mundial, que vai matando lentamente as pessoas, já trabalhei 7 anos com plantação de tabaco.Enquanto manuseava o tabaco a gente passava mal,tinha dor de cabeça mal estar , náusea,tirava o apetite, sentia um amargor na boca, era horrível e nunca tinha lucro , na verdade quem lucrava era as indústrias do tabaco.E o pior é que nossos governantes não estão nem ai com este grande problema do tabaco, que ta matando milhares de pessoas por ano em todo mundo, na verdade eles só pensam nos grandes lucros que o tabaco da ao país, que não é pouco , é muito dinheiro, mas não enxergam que gastam muito mais com pessoas que adoecem devido ao uso do tabaco.Vamos lá governantes de todo o pais acordem para a realidade, e parem de fazer de conta que ta tudo bem , pois não está.
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