A cada ano, até 15% das pessoas com enxaqueca passam a apresentar crises quase diárias. Já conhecemos alguns fatores de risco modificáveis que aumentam o risco para a cronificação da enxaqueca: obesidade, distúrbios do sono, excesso de cafeína, tabagismo, eventos estressantes e dor crônica. Entretanto, nenhum fator tem tanto impacto como o uso excessivo de analgésicos. Os estudos epidemiológicos revelam que cerca de 3-4% da população mundial sofre de dor de cabeça diária, grande parte devido ao excesso de analgésicos. Seu consumo não deve exceder mais do que 2 vezes por semana. É um ciclo vicioso: quanto mais analgésicos, mais dor de cabeça. Entretanto, não é difícil imaginar que a divulgação desse problema contraria interesses comerciais de proporções gigantes.
Resolve-se o problema com a suspensão abrupta dos analgésicos e o início de um tratamento com medicação que recolocará a química cerebral no seu lugar certo e que deve durar pelo menos seis meses. Há evidências do benefício do uso de corticóides e/ou neurolépticos nos primeiros dias da “abstinência” dos analgésicos. Durante a retirada, deve-se evitar o uso de analgésicos associados a tranquilizantes, opióides, barbitúricos, cafeína, assim como mistura de analgésicos. Os anti-inflamatórios não hormonais são boas opções nesses casos.
Além do risco de cronificação da enxaqueca, o uso de analgésicos sem instrução médica pode levar a outros riscos, já que algumas medicações são contra-indicadas a depender do tipo de enxaqueca e dos antecedentes patológicos do indivíduo.
2 comentários
22 agosto, 2010 às 7:31 pm
Dr Paulo Freire
78 mil brasileiros morrem por ano devido ao uso de medicamentos
No Brasil temos mais de 11 mil nomes de remédios, causando enorme dificuldade para os médicos lembrarem de todos os nomes corretamente, das doses indicadas e dos efeitos no organismo. Além disso podem ocorrer mais de 155 mil reações entre estes medicamentos disponíveis (reações muitas vezes imprevisíveis).
O uso de mais de três medicamentos simultaneamente já causa reações entre eles. Dependendo da gravidade destas reações pode levar à morte do paciente. No Brasil ocorrem 1,4 milhão de casos de problemas com o uso medicamentos (Reações Adversas aos Medicamentos – RAM), e no Brasil desconhecemos o numero exato de mortos, porém estimamos em 78 mil pacientes internados (extrapolando dados dos USA – FDA). Não devemos esquecer que brasileiro adora auto-medicação.
Como médico gostaria de divulgar ao Brasil o trabalho de minha equipe para alertarmos a população e a classe médica, para juntos revertermos este lamentável quadro de mortes por medicamentos. Criamos uma plataforma de serviços on line para auxiliar os médicos durante a consulta e prescrição de remédios, chamada Portal Saúde Direta (www.saudedireta.com.br).
Peço a esta produção que entre em contato comigo para trabalharmos nesta importante divulgação de interesse público.
Atenciosamente
Dr Paulo Freire
Médico Coordenador do Projeto Saúde Direta
Coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação do
Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Contato – 5575-3632 5573-3242
freire@freirezaini.com.br
9 fevereiro, 2010 às 3:58 pm
Elen
Olá!!!!
Faço tratamento p/ enxaqueca há alguns meses, mas já não sei o que fazer pois tenho crises de fortes dores umas 3 vezes por semana, e sinto leves dores de cabeça diariamente. POr favor me ajudem!!!!