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Um estudo publicado recentemente pelo periódico Neurology, jornal oficial da Academia Americana de Neurologia, acompanhou por quatro anos quase seis mil franceses com mais de 65 anos de idade e demonstrou que os idosos envolvidos com atividades de lazer estimulantes pelo menos duas vezes por semana têm um risco duas vezes menor de desenvolver demência incluindo a Doença de Alzheimer. 

 

O atual estudo dá um passo importante no entendimento do poder que a as atividades de lazer têm em reduzir o risco da Doença de Alzheimer e demência de uma forma geral. Alguns estudos já haviam demonstrado esse efeito protetor do lazer, mas dessa vez foi mostrado que o tipo de lazer pode fazer muita diferença. As atividades de lazer foram categorizadas em quatro tipos: estimulante: jogar cartas, palavras cruzadas, praticar atividade artística, ir ao cinema ou teatro, atividades junto a organizações; passiva: assistir à TV, ouvir música / rádio; social: visitar ou receber visitas de amigos ou parentes; física: passear a pé, jardinagem e outras atividades com estimulação física.

 

Os resultados mostraram que a realização de atividades de lazer do tipo estimulante foram as que foram associadas a uma menor incidência de demência. O tipo de lazer também foi influenciado pelo nível educacional. Indivíduos com maior escolaridade tinham tendência a se envolver com atividades do tipo estimulante, enquanto aqueles com menor escolaridade tinham tendência às atividades de lazer do tipo passiva. Podemos ver a educação e desempenho cerebral como um círculo virtuoso nesse caso. A educação por si só já está associada a uma maior longevidade e a um menor risco de Doença de Alzheimer influenciando escolhas na vida como o lazer estimulante, além de outras escolhas que fazem bem ao cérebro.

 

Vale ressaltar que o fato das atividades de lazer estimulantes estarem associadas a um menor risco de demência não significa que a prática de atividades passivas seja prejudicial. Um recente estudo chinês havia mostrado que as atividades de lazer como leitura, escrita, palavras cruzadas, jogos de tabuleiro ou cartas, reuniões para discussão em grupo, e hábito de tocar um instrumento musical mostraram-se protetoras enquanto o hábito de assistir à TV teve impacto negativo. A atual pesquisa não confirmou esse potencial efeito deletério de atividades passivas. O que sabemos até o momento é que não faz sentido deixar de estimular o cérebro com atividades de lazer “estimulantes” e trocá-las pelo lazer passivo.        

 

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