Em fins do século XIX, o economista irlandês Francis Edgeworth imaginou uma máquina que poderia ser capaz de medir o grau de felicidade de um indivíduo, à qual ele deu o nome de hedonímetro. De fato, cientistas sociais têm quebrado a cabeça há muito tempo para criar métodos capazes de medir a felicidade e uma das maiores limitações para desenvolver a ferramenta ideal é que as informações são menos fidedignas quando o indivíduo sabe que está sendo testado.
Um cientista da computação e um matemático da Universidade de Vermont nos EUA criaram um tipo de hedonímetro capaz de avaliar o grau de felicidade em gigantescas amostragens da população, sem o conhecimento de quem está sendo testado, e seus resultados acabam de ser publicados no periódico Journal of Happiness Studies. Os pesquisadores analisaram um banco de dados de emoções humanas conhecido por We Feel Fine (“nós nos sentimos bem” – www.wefeelfine.org ) que desde o ano de 2005 concentra diariamente 15 a 20 mil novas expressões do sentimento humano provenientes de blogs, incluindo frases escritas na primeira pessoa que contenham a palavra feel (sinto). Foram ainda analisadas 232 mil letras de músicas de mais de 20 mil artistas entre os anos de 1960 e 2007 através do portal www.hotlyrics.net.
Cerca de dez milhões de sentenças receberam uma nota para seu teor de felicidade, dentro de uma escala de 1 a 9 através de metodologia previamente desenvolvida (Estudo ANEW). Nessa escala, por exemplo, a palavra triunfante tem pontuação de 8.87, enquanto a palavra rua tem 5.22 e suicídio 1.25. Entre inúmeros achados, os pesquisadores demonstraram uma redução do grau de felicidade nas letras de músicas ao longo das últimas décadas. Por outro lado, o grau de felicidade nos blogs teve um crescimento sustentado desde o nçio da análise em 2005 até 2009. Foi possível também identificar algumas datas em que o nível de felicidade foi fortemente diferente dos dias que as antecederam ou que as sucederam. Observou-se um pico de maior felicidade nos dias de natal, dia dos namorados, última eleição americana e um pico de queda nos dias próximos à morte do astro Michael Jackson e nos dias próximos ao 11 de setembro. O nível de felicidade não foi diferente entre mulheres e homens, apesar das mulheres apresentarem maior variabilidade. Além disso, o grau de felicidade foi maior em países mais próximos ao equador.
É evidente a importância de se medir a intensidade e a natureza dos estados emocionais em nível populacional e a ferramenta desenvolvida no presente estudo mostra-se muito promissora para o melhor entendimento de fenômenos sociais e econômicos, além de poder apoiar a construção de políticas públicas. Danforth, um dos autores do estudo, revela: “ As crianças de hoje herdam um mundo eletrônico que ainda não conhecemos bem, e é fundamental o desenvolvimento de novas ferramentas para entender esse mundo”.
2 comentários
10 setembro, 2009 às 1:39 am
Maria Ângela Leite e Silva
Gostei muito!
Tenho procurado há anos explicação para as crises enxaquecosas (sem aura) que ocorrem no período pré menstrual, sofro desde os 28 anos.
Estou com 47, já fiz todo o tipo de tratamento, inclusive neurológico, fiz uso de carbamazepina por 2 anos, sem qualquer resultado, aliás tudo mascarava o quadro, dificultando o diagnóstico.
Hoje as crises estão mais espaçadas, mas não encontro nenhum tratamento que de fato resolva, pra piorar estou na pré menopausa há alguns meses, tive a última crise há um mês, achei que iria morrer.
Lendo os artigos aqui neste espaço, esclareceram minhas dúvidas e confirmaram minhas suspeitas.Atualmente trato os sintomas com homeopatia, ainda não dá pra avaliar, mas enfim estou tentando.
10 setembro, 2009 às 2:11 pm
Ricardo Teixeira
Oi Maria Angela
Boa sorte com seu tratamento homeopático. Essa é uma área terapêutica que não posso emitir posições técnicas.