A habitual recomendação de segurança para as crianças dentro do carro é a de que até um ano de idade de idade, ou 9-13 kg, elas devem andar em cadeirinhas voltadas para o vidro traseiro, e a partir de um ano de idade as cadeirinhas já podem ser voltadas para o vidro dianteiro. Entretanto, há várias evidências de que as crianças ficam mais protegidas dentro do carro em cadeirinhas voltadas para o vidro traseiro até pelo menos os quatro anos de idade. Um documento recém-publicado pelo British Medical Journal chama a atenção para a necessidade imediata de mudança das atuais recomendações.
A cabeça dos bebês e crianças pré-escolares é relativamente maior que a do adulto quando se leva em conta a proporção para o peso corporal. Esse fator, associado à imaturidade das estruturas da coluna cervical, fazem com que essas crianças sejam mais vulneráveis a lesões da medula espinhal caso sofram um acidente, especialmente se estiverem voltadas para o vidro dianteiro. As evidências de maior segurança das cadeirinhas em que a criança olha para o vidro traseiro, mesmo após um ano de idade, vão desde estudos experimentais até estatísticas de acidentes com crianças nos EUA e na Europa.
E isso tudo é novidade? Na Suécia, 75% das crianças com menos de três anos de idade andam de carro olhando para o vidro traseiro. A Academia Americana de Pediatria recomenda desde o ano de 2002 que as crianças só devem abandonar cadeiras voltadas pra o vidro traseiro quando ultrapassarem o limite de peso recomendado ou quando a altura da cabeça ultrapassar a altura do banco dianteiro.
A conscientização dos pais é uma das peças-chave para mudanças de atitude e nesse processo, os médicos têm muito a ajudar. É comum os pais terem a percepção de que voltar a cadeira para a frente do carro é um sinal de progresso no desenvolvimento dos filhos. É importante também que os fabricantes das cadeiras infantis façam sua parte disponibilizando no mercado cadeiras apropriadas e instruções de instalação precisas. Não faz muito tempo que o Inmetro avaliou seis diferentes cadeiras disponíveis no mercado brasileiro e todas as seis tinham alguma inconformidade, seja por não serem aprovadas no teste mais crítico de todos que é o ensaio de impacto (capacidade da cadeira reter a criança em caso de freada violenta), seja por não atenderem às normas mínimas de instrução de instalação e utilização
Quanto à legislação, o Código de Trânsito Brasileiro só exigia que as crianças andassem no banco de trás (Artigo 64), e não fazia menção ao uso de cadeiras infantis. Em 2008, foi publicada a resolução 277 do Contran que insere a obrigatoriedade da cadeira infantil, mas quem desrespeitar a regra só será multado após o ano de 2010. Entretanto, a resolução orienta o uso da cadeirinha voltada para a frente. Já é bem reconhecido, que em caso de acidente, as cadeiras reduzem o risco de lesão moderada ou grave em 78% quando voltadas para a frente do carro e 93% quando voltadas para trás. Espera-se que a legislação seja mais coerente com esses dados.
3 comentários
20 setembro, 2010 às 2:42 pm
JOSE MARIA GOMES
Gostaria de saber como fazer tenho que comprar uma cadeira para criança de 16 a 36 kilo só que não consigo comprar em lugar algum. a lei foi alterada de novo . pois já fui tem todas as loja e site e não achei essa cadeira que é a elevação do acento. Posso andar com uma criança usando o cinto abidomonal. até achar essa cadeira.
2 maio, 2010 às 1:29 am
daniela
olá,
tenho uma dúvida, que não estou conseguindo resolver… tenho 3 filhas sendo: uma de 5 anos e 17kg, outra de 3 anos e 15 kg e a mais nova com 7 meses e 7 kg, não achei texto dizendo como proceder com as cadeirinhas. Se tenho q ter 3 cadeiras, como seria a melhor forma de colocar no banco traseiro?
se tiver alguma idéia, agradeço desde já
obrigada
daniela
13 maio, 2010 às 4:39 pm
Ricardo Teixeira
Olá Daniela
A revista Veja desta semana trouxe um guia interessante sonbre as cadeirinhas. sua filha de 5 anos precisa só de um aasento de elvação. As duas cadeirinhas que você precisa comprar para as mais novas devem caber no banco traseiro junto com o assento de elevação. Não custa testar o espaço antes de fechar negócio.