Indivíduos com o diagnóstico da Doença de Parkinson comumente apresentam também o diagnóstico de depressão e alguns estudos chegaram a encontrar uma associação entre o uso de antidepressivos e a Doença de Parkinson. O assunto ainda gera muita discussão e uma pesquisa recém-publicada pelo Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry traz novas evidências sobre a relação entre a depressão e a Doença de Parkinson.
Uma base de dados de mais 3 milhões de ingleses foi utilizada e de onde foram identificados mil pacientes com o diagnóstico de Doença de Parkinson, além do histórico de uso de antidepressivos. Os resultados mostraram que o diagnóstico da Doença de Parkinson era mais comum entre os indivíduos que usaram antidepressivos antes do diagnóstico da doença, especialmente nos dois anos anteriores ao diagnóstico. Então, isso quer dizer que o uso de antidepressivo aumenta o risco da Doença de Parkinson?
A resposta é: provavelmente não. Essa associação entre o uso de antidepressivos e a Doença de Parkinson pode ser melhor entendida nesses casos como o diagnóstico de depressão correspondendo à fase inicial da própria Doença de Parkinson, também chamada de fase pré-motora da doença.
Nos últimos anos, a ciência tem entendido como nunca que a Doença de Parkinson vai muito além dos conhecidos sintomas motores classicamente associados à doença, como o tremor, rigidez e lentidão dos movimentos e instabilidade postural. Quando um indivíduo chega a apresentar esses sintomas motores, o cérebro na verdade já apresenta um estado avançado de alterações neuropatológicas. Alguns sintomas têm sido identificados vários anos antes dessa fase motora: depressão e outros transtornos neuropsiquiátricos, transtornos do sono, redução do olfato, constipação e sintomas gástricos, urgência urinária e disfunção sexual.
Um diagnóstico de depressão acompanhado de sintomas de lentificação dos movimentos, ou outros sintomas motores, pode na verdade representar uma manifestação precoce da Doença de Parkinson. O importante disso é que diagnóstico precoce significa tratamento precoce e melhor qualidade de vida para quem sofre da doença.
2 comentários
26 julho, 2009 às 7:33 pm
rosa maria de souza
faz um ano e meio que foi diagnosticado, que eu estava com parkinson. como eu tenho hernia cervical e outros problemas na coluna total, comecei a endurecer no braço e perna esquerda, comecei a ter dificuldade de locomoção e os medicos não sabiam o que fazer comigo e eu fui piorando e mudando de medicos e de convenios tambem,(eu acho que nenhum médico está preparado prá dianosticar o parkinson). até que fui num centro de saude publica e um medico muito jovem me alertou sobre o parkinson, e me encaminhou ao hospital da pucc campinas,sp. onde tem um nucleo que faz esse diagnostico. e aí foi constatado o parkinson, mas eu já não andava mais, estava totalmente imovel, só o lado direito funcionava mais tbm não dava conta. E eu só tenho 50 anos,sou nova prá ter isso era o que todo mundo dizia e diz. se o senhor puder contribuir com alguma informação de tratamento, eu agradeço. muito obrigada. e se puder responder tambem, agradeço.
26 julho, 2009 às 11:56 pm
Ricardo Teixeira
Olá Rosa,
Que bom que você foi admitida num programa de neurologia universitário. Os neurologistas vão lhe ajudar não só com as medicações, mas também acionando outros profissionais como o fisioterapeuta para melhorar sua vida.