Não é incomum encontrarmos pessoas com fatores de risco vascular como diabetes e hipertensão arterial usando aspirina para prevenir eventos cardiovasculares (infarto do coração e o derrame cerebral). A aspirina é muito bem indicada para quem já apresentou um desses eventos cardiovasculares, e é o que se chama de prevenção secundária. Quanto à prevenção primária, ou seja, prevenir um primeiro evento cardiovascular, essa sim é uma questão ainda muito polêmica.

 

Um importante estudo foi publicado esta semana pelo British Medical Journal mostrando que o uso da aspirina com ou sem suplementos antioxidantes não colabora para a prevenção primária de eventos cardiovasculares, mesmo em pacientes com maior risco de eventos, como é o caso dos diabéticos.

 

Cerca de 1300 pacientes diabéticos na Escócia com mais de 40 de anos de idade, e sem história de infarto do coração ou derrame cerebral, foram acompanhados por quase sete anos, e o risco de eventos cardiovasculares ou óbito não foi diferente entre os pacientes que usaram aspirina ou suplementos antioxidantes, ou ambos, comparado àqueles que usaram placebo. Os resultados são muito importantes, já que a aspirina é considerada uma das dez medicações que mais causam efeitos adversos, especialmente gastrintestinais.