O combate à obesidade é um dos maiores desafios da sociedade contemporânea e ainda há muita discussão sobre qual é o melhor tipo de dieta. Uma importante limitação que impede que possamos ser categóricos em dizer que um tipo de dieta é melhor do que outra é a falta de estudos comparativos a longo prazo. Um estudo publicado hoje pela prestigiada revista New England Journal of Medicine ajuda a preencher essa lacuna.
Durante dois anos, mais de 300 indivíduos obesos foram acompanhados após iniciarem um desses três tipos de dietas:
· Dieta pobre em gordura e com restrição de calorias
Para homens 1800 Kcal e para mulheres 1500 Kcal.
Gorduras: 30% das calorias
Gorduras saturadas: 10% das calorias
· Dieta Mediterrânea com restrição de calorias
Para homens 1800 Kcal e para mulheres 1500 Kcal.
Gorduras: < 35% das calorias
Azeite e nozes diários, muitas frutas e vegetais, grãos integrais e baixo consumo de carnes vermelhas.
· Dieta pobre em carboidratos sem restrição de calorias
Baseada na dieta Atkins: < 120g de carboidratos por dia (< 20g nos 1os dois meses)
Preferência a gordura de origem vegetal
A média de perda de peso para cada grupo ao final do estudo foi:
· Dieta pobre em gordura: 3.3 Kg
· Dieta mediterrânea: 4.6 Kg
· Dieta pobre em carboidratos: 5.5 Kg
Outras duas importantes diferenças entre as dietas foram demonstradas. A dieta pobre em carboidratos foi a que mais favoreceu o controle dos níveis de colesterol. Entre pacientes diabéticos, a dieta mediterrânea foi a que mais ofereceu o controle dos níveis de glicose.
Os resultados indicam que tanto a dieta pobre em carboidratos como a dieta mediterrânea podem ser alternativas eficazes à dieta pobre em gordura. Preferências pessoais devem ser levadas em conta. Uma dieta pobre em carboidratos mas sem restrição calórica seria uma boa opção a indivíduos que não tolerariam uma dieta com restrição calórica. A escolha da dieta também pode ser direcionada pelo perfil metabólico do indivíduo, sendo a dieta mediterrânea potencialmente mais interessante para aqueles com diabetes, enquanto a dieta pobre em carboidratos pode ser a melhor opção para aqueles com alteração dos níveis de colesterol.
1 comentário
13 novembro, 2008 às 12:31 am
Ricardo Teixeira
Para quem tiver interesse, abaixo está o link da discussão desse artigo ém 12 de novembro de 2008 no mesmo periódico, com algumas críticas quanto à metodologia e a resposta do autor principal.
http://content.nejm.org/cgi/content/full/359/20/2169?query=TOC