É freqüente as pessoas correrem ao neurologista após a morte de um parente, amigo, colega de trabalho ou celebridade, quando a causa da morte foi o rompimento de um aneurisma cerebral. Também pudera: cerca de 40% das pessoas que apresenta um sangramento por aneurisma cerebral não sobrevive.
O aneurisma cerebral é uma dilatação de um segmento de uma artéria do cérebro fazendo com que sua parede fique frágil e com maior chance de se romper. A faixa etária com maior risco de sangramento é a sexta década de vida, mas também costuma acontecer entre pessoas jovens. Entretanto, algumas pessoas têm aneurismas que jamais se romperão. Só para se ter uma idéia, pequenos aneurismas apresentam um risco de sangramento de 0.05% ao ano. Já aneurismas com diâmetro maior que 1 cm têm risco de sangramento de 0.5% ao ano. A causa do aneurisma cerebral? Existe um componente genético inequívoco, mas alguns fatores modificáveis também aumentam a chance de sua formação e rompimento: o tabagismo, a hipertensão arterial e colesterol alto.
Os aneurismas normalmente são detectados após seu sangramento e o sintoma principal é a dor de cabeça e não é qualquer dorzinha. A dor de cabeça por rompimento de um aneurisma costuma ter duas características bem marcantes: é a pior dor de cabeça que a pessoa já teve na vida e a dor já começa nos primeiros segundos com sua intensidade máxima. A dor não vai crescendo, como é o caso de outros tipos comuns de dor de cabeça como a enxaqueca.
Estudos revelam que 3.5 a 6% da população é portadora de aneurisma cerebral. Já que é uma condição clinica tão séria, faria sentido fazer exames para detectar aneurismas cerebrais em toda a população? A resposta é não. Atualmente a recomendação é a de que indivíduos com dois ou mais parentes de primeiro grau que apresentam aneurismas cerebrais confirmados devam ser investigados, pois são esses que apresentam um risco significativamente aumentado. A investigação também deve ser feita em raros casos de doenças que sabidamente estão associadas a aneurisma cerebral.
E quanto aos indivíduos que apresentaram aneurisma cerebral e já foram tratados em outras épocas? Essas pessoas têm 22 vezes mais chances de ter um sangramento cerebral quando comparadas àquelas que nunca tiveram sangramento. Um estudo publicado hoje pela revista Neurology avaliou o custo – beneficio em se ficar vigiando ao longo dos anos se esses pacientes desenvolvem ou não novos aneurismas. Os pacientes que mais se beneficiaram de exames ao longo dos anos foram aqueles que apresentavam mais fatores de risco associados, como o tabagismo e hipertensão arterial. Além disso, a investigação para novos aneurismas revelou um bom custo- beneficio do ponto de vista de qualidade de vida entre os pacientes que demonstravam mais medo em voltar a apresentar novo sangramento. Esse resultado é bastante provocativo e nos reafirma que o médico deve fazer de tudo para oferecer segurança ao seu paciente. Na maioria das vezes a ferramenta mais valiosa é a relação médico–paciente, mas em alguns casos a realização de um exame complementar pode fazer a diferença.
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Quando realmente devemos fazer check-up para aneurismas cerebrais
2 comentários
12 março, 2013 às 1:04 pm
Quando realmente devemos fazer check-up para aneurismas cerebrais |
[…] Mais informação e menos medo de aneurisma cerebral. […]
24 março, 2009 às 3:07 am
Mauro Daniel Gonçalves
Prezados (as),
Li que rarissimos casos descobrem o aneurisma antes do rompimento.
Eu fui um desses.
Estava com muita dor de cabeça e cuidando de sinusite, por médico otorrino. Num belo dia meu olho esquerdo fechou. Fui no médico, clinico geral que pediu uma tomografia. Não apareceu nada. 2 dias depois disse a minha esposa. Vou num neurologista. E ao chegar lá ele me disse :
– Voce esta com aneurisma cerebral. Nem vou olhar esta tomografia, pois aneurisma não aparece nisso. Faça este exame…. Fiz, não deu outra e me encaminhou para o SUS. Fui operado no Hospital Geral de Guarulhos, pelos Drs. Milton e Lucas… Só tenho a agradecer a DEUS ao Dr. Jeová, que solicitou o exame e aos médicos que fizeram a cirurgia, além de toda equipe do Centro Cirurgico e do Hospital.
Abraços a todos,
Mauro Daniel