Uma pesquisa publicada esta semana pelo prestigiado periódico Nature Neuroscience demonstra que nosso cérebro é capaz de reativar memórias durante o sono e solidificar conteúdos recém-aprendidos. 

 

Os voluntários do estudo aprendiam a tocar duas melodias num teclado eletrônico e logo em seguida eram orientados a tirar uma soneca de 90 minutos. Durante o sono profundo, monitorizado por eletrencefalograma, uma das melodias era tocada por 20 vezes a cada quatro minutos. Quando acordavam, os participantes do estudo cometiam menos erros ao tentar reproduzir a melodia que ouviram dormindo. Além disso, o nível do incremento na memória foi proporcional a sinais eletrofisiológicos durante o sono, sugerindo que esses sinais são marcadores do processo de reativação de memórias no sono.

 

A velha história de que é possível aprender uma língua estrangeira enquanto dormimos parece ter um fundinho de verdade. A presente pesquisa sugere que o aprendizado de conteúdo musical daquilo que já tivemos contato é amplificado se voltamos a ouvi-lo durante o sono. Isso é bem diferente de aprender pela primeira vez no sono.

 

Já faz tempo que sabemos que nosso cérebro não pára de trabalhar durante o sono, especialmente no processamento afetivo e na organização e consolidação daquilo que aprendemos quando acordados. Além disso, é no sono que o cérebro descarta memórias pouco relevantes para nossa vida e isso se dá não por falta de espaço no hardware. O cérebro precisa manter sua mesa de trabalho livre de penduricalhos supérfluos.  

 

 

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