O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que acomete 3-5% das crianças e que frequentemente persiste até a idade adulta, podendo ser considerado um dos mais comuns transtornos neuropsiquiátricos. Os principais sintomas são a dificuldade em manter a atenção, o comportamento hiperativo e de impulsividade.
Já existe um bom corpo de evidências indicando que circuitos cerebrais baseados no neurotransmissor dopamina não funcionam tão bem nos indivíduos com TDAH. Um importante estudo acaba de ser publicado pelo periódico Journal of the American Medical Association revelando que quem sofre desse problema apresenta menor atividade em duas das principais regiões relacionadas ao processo de recompensa cerebral, o mesoaccumbens e mesencéfalo, regiões fortemente vinculadas ao neurotransmissor dopamina. Essa menor atividade foi demonstrada pela redução de receptores da dopamina D2 e D3 e de proteína de transporte da dopamina através de tomografia por emissão de pósitrons.
A dopamina é o principal componente do nosso sistema cerebral de recompensa, sistema ativado toda vez que fazemos algo que dá prazer e sinaliza ao cérebro que vale a pena repetir a experiência, já que é prazerosa. A redução dessa atividade do sistema de recompensa está associada a alguns dos comportamentos característicos do TDAH como dificuldade em postergar uma gratificação e resposta preferencial a pequenas e imediatas recompensas do que a recompensas mais robustas e que demoram mais para chegar. Além disso, esses circuitos cerebrais estão associados à motivação do aprendizado, e não é à toa que quem sofre de TDAH tem mais dificuldade em manter a atenção em atividades repetitivas e desinteressantes.
Os achados desse estudo reforçam a importância do uso de intervenções motivacionais que consigam aumentar a atratividade das tarefas da escola e do trabalho, especialmente entre os portadores de TDAH. A demonstração de redução de atividade no sistema de recompensa cerebral nesses pacientes também sugere que esse é um importante mecanismo que explica a maior vulnerabilidade ao abuso de substâncias psicoativas e abre uma nova perspectiva para o tratamento da doença.
16 comentários
3 fevereiro, 2013 às 7:17 pm
ceci
O distúrbio vem sempre acompanhado de hiperatividade? Onde posso encontrar estudos que abordem apenas o déficit de atenção?
5 fevereiro, 2013 às 1:46 am
Ricardo Teixeira
Existe a forma com predominio de défict de atenção; Buscar no Pubmed, plataforma de pesquisas científicas o termo ADHD
5 junho, 2012 às 6:29 pm
Katia Monteiro
Gostaria de saber a fonte desse estudo…estou preparando um projeto de pesquisa e preciso dessa informação, tentei sem sucesso descobrí-la.
grata,
Katia Monteiro
18 junho, 2012 às 4:03 pm
Ricardo Teixeira
JAMA http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?volume=302&issue=10&page=1084
18 junho, 2012 às 4:50 pm
Katia Monteiro
Acabei achando antes, mas mesmo assim obrigada. Esse artigo contribuiu sobremaneira com meu projeto de pesquisa. Foi através de sua publicação que tomei ciência da informação. Por favor, continue, continue a nos privilegiar com suas buscas.
abraço.
Katia Monteiro
18 junho, 2012 às 10:00 pm
Ricardo Teixeira
Desejo sucesso no seu trabalho
4 agosto, 2011 às 12:22 pm
dalmita
eu acho que pessoas assim tem que se amparadas com muito mais compreenção.
acho legal se fazessem uma campanha pois o bem psicologico é essencil ao ser humano
20 janeiro, 2014 às 9:21 pm
sandro cordeiro
dalmita, você tem TDA? Acho que seus conselhos não servem pra quem realmente tem.
26 novembro, 2010 às 1:36 am
Graci De Santis Fiori
Olá Dr.Ricardo.Meu filho tem TDA não verbal,foi esse laudo que o neurologista deu apos uma avaliação multidisciplinar.
Tomou os medicamentos Concerta e Ritalina.A principio teve uma melhora na concentração mais depois o resultado não foi o esperado.
O médico diz que devido o TDA”NÃO VERBAL” é o motivo do fracasso do medicamento.
Qual o seu parecer?Sou uma mãe muito preocupada,quero poder ajuda-lo.
Ele tem 16 anos e eu estou a procura de ajuda a três anos.
Sou de São Paulo,o médico dele é da faculdade de medicina do ABC.
Obrigada!
30 novembro, 2010 às 12:42 am
Ricardo Teixeira
Cara Graci. O TDAH pode responder inicialmente às medicações e depois pode perder o benefício inicial. Talvez ele busque outros tipos de medicação.
8 setembro, 2010 às 3:58 pm
Agostinha
Boa tarde doutor, mas já li muito sobre tdah e por vários motivos acho que sofro desse transtorno. Estou procurando um médico para fazer o diagnóstico , mas já fui várias vezes em psiquiatras que não são especialistas em tdah e eles insistem em querer tratar depressão. Já fiz tratamentos para depressão mas estes em nada melhoraram minha falta de concentração e e de memória, por isso acredito que não seja este o problema. Sei que vc não está mais em campinas mas vi que vc indica profissionais aqui, será que teria algum médico para indicar que atendesse unimed? Encontrei um aqui em campinas, mas infelizmente não atende o convênio e não tenho condições de pagar o valor da consulta no momento. Espero que vc possa me ajudar pois estes problemas de concentração e falta de atenção estão tornando minha vida um verdadeiro inferno. Obrigada.
12 setembro, 2010 às 4:13 am
Ricardo Teixeira
Oi Agostinha
Recomendo-lhe o psiquiatra Pedro Amparo
14 setembro, 2010 às 1:34 am
Marcus Vinícius
E aqui em Brasília, o Sr. recomenda algum profissional ou o Sr. mesmo trata pacientes com TDAH?
18 setembro, 2010 às 10:17 pm
Ricardo Teixeira
Recomendo o Dr. Regis no Instituto do Cérebro de Brasília
http://www.icbneuro.com.br
4 agosto, 2011 às 12:26 pm
dalmita
ja vivi com muitas pessoas assim da minha familia e o melhor remédio que elas receberam foi simplismente o AMOR.
a calma a compreenção ajudam muito
precisando de minha ajuda é so pedir no MSN
dal_scheffaman@hotmail.com
bj boa sorte
7 fevereiro, 2010 às 5:40 pm
Victor M SantAnna
Olá! Bom, queria dizer que o portal AD/HD FREEWARE (prog.naotemnome.com/free) distribui internacionalmente programas gratuitos para pessoas adultas com DDA (distúrbio de déficit de atenção).