A Academia Americana de Neurologia publicou recentemente em seu periódico Neurology evidências de que pressão alta na gravidez reduz o desempenho cognitivo décadas mais tarde. O efeito é ainda maior quando o quadro é de pré-eclâmpsia, condição em que os rins e outros órgãos são envolvidos. Esse efeito também foi maior nas grávidas que apresentam eclampsia que é quando a hipertensão arterial vem acompanhada de uma ou mais crises epilépticas, podendo evoluir até para um estado de coma.

Já sabemos que a pressão alta na gravidez é considerada um fator de risco para doença isquêmica do coração e acidente vascular cerebral e tem sido demonstrada uma associação com quadro demencial no futuro, apesar de resultados conflitantes. A disfunção cerebrovascular é um elemento chave para explicar a relação entre pressão alta na gravidez e demência, mas não devemos pensar apenas na demência vascular, quando lesões vasculares causam o déficit cognitivo, mas também na Doença de Alzheimer.  

 

Os achados do atual estudo, com número robusto de pacientes envolvidos, confirmam a ligação entre pressão alta na gravidez e déficit cognitivo futuro, chamando a atenção para o rigoroso controle da pressão nesse período, ou melhor, em qualquer período.