Red and White Dart on Darts Board

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Quando pensamos em sucesso vêm às nossas mentes conceitos como boas ideias, trabalho duro, disciplina, criatividade, imaginação, perseverança e até sorte. O que uma pesquisa recente publicada pela Nature nos aponta é que os fracassos devem fazer parte dessa lista também. Mas não é qualquer fracasso. São aqueles que fazem a gente nos aprimorar para as próximas tentativas e que estas não demorem a acontecer.

Os autores do estudo mostram que o que separa os “winners” dos “losers” não é a persistência. Ambos tentam o mesmo número de vezes para alcançar o objetivo, só que os “winners” chegam lá. Eles trabalham duro da mesma forma, mas de forma mais esperta. Os fracassos servem de guias para o aperfeiçoamento para a próxima tacada. Não agem com impulsividade diante de uma batalha perdida. Estão pensando em vencer a guerra. Os “losers” não necessariamente trabalham menos, mas fazem mudanças de táticas além do necessário.

Outro ponto que diferenciava os projetos de sucesso foi a rapidez com que as novas tentativas aconteciam. Quanto mais rapidamente você perceber o fracasso e se organizar para uma próxima investida, melhor. O orientador da minha tese de doutorado, Fernando Cendes, me introduziu esse conceito de forma muito convincente. “Ricardo, se você não encontrar os resultados que procura nessa amostra de 20 indivíduos, não adianta procurar em outros cem. Mude sua tática”.

As conclusões do estudo não querem dizer que disciplina e sorte, por exemplo, não tenham seu valor. Mas se todos têm esses atributos de forma equânime, usar o fracasso de forma inteligente e rápida faz toda a diferença. Os pesquisadores estudaram milhares de pedidos de financiamento de pesquisa e desempenho de startups. Curiosamente avaliaram também o “sucesso” de terroristas e atentados sem mortos foram considerados fracassos. Os resultados foram aplicáveis para esses três diferentes universos e provavelmente para muitos outros que não foram estudados aqui.