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O cérebro tem dois tipos de receptores aos quais se ligam a substâncias semelhantes à maconha que recebem o nome de canabinóides. Saiba que uma dessas sustâncias é produzida pelo nosso corpo e se chama anandamida, que em sânscrito significa felicidade. É bem reconhecido que anandamida seja um dos grandes responsáveis pelo barato do maratonista.

Após a descoberta do sistema endocanabinóide no cérebro há 20 anos, uma série de substâncias sintéticas têm sido desenvolvidas na expectativa de se encontrar aplicações terapêuticas. Não demorou muito para que as maconhas sintéticas passassem a ter cosumo recreativo e têm recebido o nome de k2 ou spice, tempero em inglês. O termo tempero simboliza a mistura de uma ou mais maconhas sintéticas com outras ervas e extratos aromáticos. Essa mistura pode ser mais complexa, incluindo, por exemplo, drogas estimulantes do sistema nervoso simpático.

O spice tem rótulos que vendem a ideia de mistura de ervas, incenso, e nos EUA só perde para a maconha como droga ilícita mais consumida entre adolescentes. A impossibilidade de ser detectado pelos exames toxicológicos aumenta sua popularidade. Além disso, o spice é encontrado em lojas de conveniência, postos de gasolina, na internet, sempre com um lembrete que “não é para consumo humano”. Afinal é “só um purificados de ar, um incenso”. O governo define o canabinoide A, B e C como ilícitos, mas os fabricantes logo produzem o F, G, H.

Os canabimoides sintéticos têm uma potência de efeitos que chega a ser 10 vezes maior que o THC da planta de maconha. Efeitos adversos incluem agitação, alucinações, psicose, tentativa de suicídio, convulsões, infarto do miocárdio, arritmia cardíaca e sintomas de abstinência como tremores e dor de cabeça.

Recentemente o periódico da Academia Americana de Neurologia descreveu o caso de dois irmãos que apresentaram derrame cerebral, um deles minutos e o outro horas depois de consumir spice. Não parece coincidência.