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O cérebro dos adolescentes está na crista da onda. Aos 15 anos é quando ele atinge seu tamanho máximo e daí em diante ele vai murchando aos pouquinhos. Entretanto, essa é a fase da vida de maior comportamento de risco, riscos que um cérebro ainda em desenvolvimento ainda não mede muito bem. Isso implica em acidentes, sexo sem segurança, etc.
Campanhas de conscientização de riscos costumam ter foco nos riscos de alguns comportamentos. Álcool, direção e acidentes. Sexo sem camisinha e AIDS. Mas será que essa é realmente a melhor estratégia? Uma pesquisa recém publicada pelo prestigiado periódico Proceedings of th National Academy of Sciences sugere que dar más notícias não parece ser a forma mais eficiente de se comunicar com um adolescente.
Já se sabia que o adulto tem mais chance de mudar sua percepção de risco ao receber informações otimistas do que pessimistas. Ele dá mais bola para uma notícia que diz que ele tem uma mutação genética que o protege contra o câncer do que para uma notícia de uma mutação que aumenta seu risco. Pesquisadores da Universidade College de Londres resolveram investigar como é que isso funciona nas idades de 9 a 26 anos.
Os voluntários eram apresentados a 40 condições de saúde adversas e eram questionados sobre a chance de desenvolverem essas condições ao longo da vida. Os pesquisadores passavam então aos voluntários a chance real de desenvolverem cada uma das situações. Em um segundo momento eles voltaram a ser questionados sobre a chance de apresentarem as mesmas condições.
Quando os participantes recebiam BOAS noticias, de que o risco real era menor do que imaginavam, eles incorporavam essa nova realidade independente da idade. Quando tinham que incorporar MÁS notícias, a idade fez diferença. Os voluntários mais jovens davam muito menos bola para essas MÁS notícias. A neurociência ajuda a explicar essas diferenças. Alguns estudos têm mostrado que o sistema de recompensa do cérebro imaturo é hiper-reativo, vivencia muito prazer com as coisas boas.
A atual pesquisa dá um passo importante para entendermos que o cérebro imaturo tem mais chance de dar valor a uma informação positiva do tipo “quanto menor o consumo de álcool, melhor é o desempenho do atleta” do que a uma negativa como “excesso de álcool reduz o desempenho do atleta”.
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