Uma pesquisa publicada na última edição da revista britânica Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry aponta que pacientes que procuram um serviço médico de neurologia, e que não recebem um diagnóstico específico para seus sintomas, apresentam piores indicadores de saúde física e mental do que aqueles que têm o nome de uma doença para explicar sua condição clínica.

 

Quase quatro mil pacientes de diversas clínicas de neurologia da Escócia foram estudados. Questionários para identificação do estado de saúde física e mental revelaram que os pacientes SEM DIAGNÒSTICO tinham piores escores em todas as escalas aplicadas. Além disso, tinham maior chance de estarem desempregados por problemas de saúde e de receberem benefícios financeiros do estado por doença.

 

Os resultados apontam que pacientes com sintomas que não podem ser atribuídos a um diagnóstico preciso não estão tão bem de saúde, como muitos poderiam imaginar.  Esses pacientes são vítimas de estigma e preconceito e frequentemente são interpretados como se estivessem simulando sintomas.

 

Freud abriu as portas para o entendimento dessa questão e eu fico muito inquieto quando vejo que, um século depois, os profissionais de saúde ainda têm dificuldades em entender que a mente é capaz de provocar sintomas no corpo, levando a condições de saúde nada desprezíveis.  Vale lembrar que esses pacientes representam cerca de um terço dos clientes de uma clínica neurológica.

 

* No material disponibilizado ao público leigo, o periódico recomenda aos pacientes com queixas,  mas sem um diagnóstico específico, que coloquem em discussão os resultados da presente pesquisa se sentirem que o médico não está conseguindo abordar seus sintomas de uma forma adequada.

 

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