Uma pesquisa publicada na última edição da revista britânica Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry aponta que pacientes que procuram um serviço médico de neurologia, e que não recebem um diagnóstico específico para seus sintomas, apresentam piores indicadores de saúde física e mental do que aqueles que têm o nome de uma doença para explicar sua condição clínica.
Quase quatro mil pacientes de diversas clínicas de neurologia da Escócia foram estudados. Questionários para identificação do estado de saúde física e mental revelaram que os pacientes SEM DIAGNÒSTICO tinham piores escores em todas as escalas aplicadas. Além disso, tinham maior chance de estarem desempregados por problemas de saúde e de receberem benefícios financeiros do estado por doença.
Os resultados apontam que pacientes com sintomas que não podem ser atribuídos a um diagnóstico preciso não estão tão bem de saúde, como muitos poderiam imaginar. Esses pacientes são vítimas de estigma e preconceito e frequentemente são interpretados como se estivessem simulando sintomas.
Freud abriu as portas para o entendimento dessa questão e eu fico muito inquieto quando vejo que, um século depois, os profissionais de saúde ainda têm dificuldades em entender que a mente é capaz de provocar sintomas no corpo, levando a condições de saúde nada desprezíveis. Vale lembrar que esses pacientes representam cerca de um terço dos clientes de uma clínica neurológica.
* No material disponibilizado ao público leigo, o periódico recomenda aos pacientes com queixas, mas sem um diagnóstico específico, que coloquem em discussão os resultados da presente pesquisa se sentirem que o médico não está conseguindo abordar seus sintomas de uma forma adequada.
5 comentários
29 junho, 2011 às 9:40 pm
Fernanda
Boa noite Dr Ricardo!!!
Sofro muito com a enxaqueca cronica,a dor aumenta e diminui o tempo todo,todos os dias.
4 julho, 2011 às 4:31 pm
Ricardo Teixeira
Oi Fernanda
Uma frequencia diária de dor é indicativo da necessidade de um trtamento profilático. Procure um neurologista
20 junho, 2011 às 4:11 pm
LÍCIA
A MENTE HUMANA AO RECEBER UM ESTÍMULO OU UM DIAGNÓSTICO DE DOENÇA, COMEÇA A DESENVOLVER SINTOMAS ATÉ QUE NÃO APRESENTAVA ANTES DO RESULTADO. POR ISSO É PRECISO MUITA CAUTELA NA HORA DE ESTUDAR O DIAGNÓSTICO DE UMA PESSOA E TER CONHECIMENTO DE CAUSAS, PARA NÃO DIAGNOSTICAR DOENÇAS QUE NÃO EXISTEM. EXISTE POR AI PROFISSIONAIS QUE SE DIZEM ESPECIALISTAS, ESTES SÓ DE UM OLHAR FAZEM UM RAIO X DO PACIENTE E DIAGNOSTICAM A DOENÇA, CAUSANDO NA PESSOA MEDO DE UMA COISA QUE ELA NEM SABE SE REALMENTE TEM, E QUE A PARTIR DAQUELE MOMENTO O CÉREBRO PROCESSA A INFORMAÇÃO E PASSA A DESENVOLVER TODOS OS SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DA DOENÇA. INFELIZMENTE ESSA É UMA REALIDADE QUE VIVEMOS, MAS SABEMOS QUE TAMBÉM HÁ PROFISSIONAIS QUE DESENPENHAM SUA FUNÇAO COM RESPONSABILIDADE E RESPEITO PELO OUTRO.
12 junho, 2011 às 11:47 am
Roberto Andersen
Em todas as minhas aulas de Medicina Psicossomática deixo bem claro exatamente essa sua inquietação! Concordo plenamente com sua ideia a respeito! Dá pena ver que profissionais dos quais grande parte da população depende para sua orientação e tratamento não evoluam ao ponto de entender que nem tudo o que a ciência neurológica alcançou até o momento consegue explicar os grandes mistérios da mente humana, principalmentena geração de sintomas psicossomáticos exatamnet igguais aos das doenças normais, o que caracteriza exatamente a neurose! Será que esses porfissionais não sabem que Freud foi um gênio neurologista que foi obrigado a criar uma nova ciência (psicanálise) exatamente para conseguir a cura daquilo que pela neurologia ele não alcançava? Deveriam, esse que ainda por cima se dizem médicos e pesquisadores neurologistas, serem mais humildes um pouco e lerem mais sobre Freud, psicanálise, etc…
Somos felizes em ter, entretanto, neurologistas de seu porte, meu caro Ricardo, que são profissionais realmente merecedores desse título!
12 junho, 2011 às 2:46 pm
Ricardo Teixeira
Caro Roberto
Fico muito agradecido por sua preciosa contribuição.
Nos serviços de pronto-atendimento, é muito comum os profissionais de saúde chamar quadros somatoformes de PITI retroalimentando o estigma.
Essas pessoas na verdade têm problemas muitas vezes mais difíceis do que uma síndrome de nome chique. Elas sofrem muito e precisam de ajuda.