Um estudo recém-publicado pelo periódico Journal of Pediatrics avaliou a segurança do uso da medicação estimulante metilfenidato, também conhecida por ritalina, entre mais de 100 adolescentes com diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O estudo revelou que a medicação pode provocar um discreto aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, especialmente nos primeiros seis meses do tratamento, sem alterações significativas ao eletrocardiograma.
Dentre os inúmeros efeitos colaterais que uma medicação pode causar, os efeitos sobre o coração estão entre os mais temidos. Esse estudo nos traz ainda mais segurança no uso do metilfenidato, já que não foram observados eventos cardíacos sérios, mesmo em doses altas. Entretanto, os resultados chamam a atenção para que a medicação seja usada com cuidado redobrado em pacientes hipertensos, ou naqueles com condições clínicas em que o aumento da pressão arterial ou da freqüência cardíaca sejam indesejáveis.
O metilfenidato é uma medicação frequentemente usada no tratamento do TDAH, mas tem sido utilizada também para outros transtornos neuropsiquiátricos, e até mesmo por pessoas sem problemas de saúde e que só querem “turbinar o cérebro”, ou seja, para aumentar o desempenho cognitivo. Ainda não se conhece bem ao certo os riscos e benefícios dessa medicação quando usadas por pessoas sem o diagnóstico de TDAH e o presente estudo serve de alerta para os aventureiros que ainda usam medicações sem indicação médica. Serve também para tranqüilizar aqueles que realmente precisam usar a medicação.
8 comentários
19 novembro, 2011 às 11:24 pm
Juliana Maria
Olá Dr Ricardo
Sou universirária tenho 20 anos
O senhor pode me esclarecer uma coisa,tenho tdah,estou fazendo o tratamento faz 2 semanas,nada mudou minha falta de concentração e inquitação cont inuam frequente,na primeira semana domei 10mm 1 vez ao dia,não adiantou,com a orientação da neurologista,se caso acontecesse,eu tomaria 2 vezes na semana seguinte,o que posso fazer,estou seguidos as recomendações direinho e nada acontece, saberia me dizer o por que?.
Abraços.
21 novembro, 2011 às 11:06 am
Ricardo Teixeira
Pode ser que um quadro de ansiedade seja a explicação para a sua dificuldade de atenção. Você deve rediscutir o diagnóstico e o tratamento com seu médico
23 novembro, 2011 às 2:13 am
jumariahp
Bom obrigado pela resposta,por que eu sofro desde da minha infância,tenho dificuldade de aprender e sou distraída em quaisquer coisas que eu faço,desde sempre,mas confesso que sou realmente muito ansiosa e nervosa,o nervosismo eu melhorei,vou começar a acompanhar com a psicóloga,por motivos pessoais,ela não teve como começar o tratamento comigo.ai depois marcarei dependendo do resultado,eu vou.
Vou esperar isso acontecer
Abraços
11 janeiro, 2010 às 6:32 pm
Otto Alexandrino
O medicamento Citalopram podeser usado nos casa de TDAH?
24 janeiro, 2010 às 8:43 pm
Ricardo Teixeira
Oi Otto
A missão do projeto ConsCiência no Dia-a-Dia é a de ampliar a consciência pública das ciências em saúde e tem como objetivo principal a difusão das mais recentes publicações científicas em saúde que tenham impacto direto no dia-a-dia das pessoas, com linguagem acessível e forte enfoque na saúde preventiva.
Apesar de ser uma atividade MUITO PRAZEROSA para mim, infelizmente tive que tomar a decisão de não mais responder a posts que solicitam opiniões sobre problemas médicos pessoais, pelo simples fato de não mais conseguir manter o projeto e ainda responder a todas essas demandas. Questões pessoais de saúde devem ser discutidas pessoalmente com o médico, e espero que o ConsCiência no Dia-a-Dia possa incrementar seu repertório para tirar o melhor proveito desse encontro.
7 julho, 2009 às 6:32 pm
Luciana Moreira
Ótima matéria, e bastante esclarecedora. Além dos medicamentos é muito importante também que o tratamento seja feito associado à terapia cognitiva comportamental.
Esse é um tema ainda pouco discutido no Brasil, muitos pais e até mesmo professores, desconhecem esse transtorno e consideram o jovem apenas como “inquieto”.
Aproveitando esse caráter de preocupação do blog, não deixe de participar do movimento “Espalhe Uma Vida Melhor”.
Buscamos o apoio de sites e blogs que fazem a diferença na Web, e se preocupam com o bem-estar de seus leitores.
Contamos com seu apoio.
Abraços
Luciana Moreira
Banco de Saúde
4 julho, 2009 às 4:42 am
Silvia von Tiesenhausen
Olá, Ricardo.
Fugindo do ponto central do artigo acima, trago outro ponto à baila:
embora eu concorde que medicação bem indicada é crucial, não posso me furtar a contar algo que presenciei quando morei nos EUA.
Causava-me espanto a quantidade de crianças que recebiam o diagnóstico de TDAH (ADD por lá), chegando a 25% (!) em algumas escolas. Como se dava o diagnóstico: a professora identificava o aluno que se enquadrava nos critérios e o encaminhava para que o médico prescrevesse ritalina, que era administrada na própria escola (!), pelo menos no Colorado. Aliás, na prova de validação do meu diploma, questões que abordavam a ADD sequer questionavam se o diagnóstico feito pela educadora (com todo o respeito) estava equivocado e, mais, sequer contemplava a possiblidade de não prescrever o medicamento…
Forte abraço.
4 julho, 2009 às 12:36 pm
Ricardo Teixeira
Cara Silvia,
Que bom ter notícias suas.
A questão do TDAH no Brasil também não está nada fácil. A popularização do TDAH tirou muitos diagnósticos da “sombra” , mas traz também alguns desafinos no tripé família, escola, e médico.
Além disso, existe também um “overdiagnosis” mesmo. Apesar dos critérios diagnósticos estarem aí para ajudar, eles não são a última palavra para decisão de usar ou não usar a medicação. E os critérios diagnósticos são passíveis de críticas. Critica-se até que houve conflitos de interesses por parte do painel de experts que participou na construa’~ao dos critérios.
O bom senso e a experiência clínica devem andar lado a lado com a listinha de 9 perguntas.