É estimado que entre 30 a 70% das pessoas que usam antidepressivos apresenta algum grau de disfunção sexual secundária à medicação, como por exemplo, a dificuldade de atingir o orgasmo. Esse é um dos importantes fatores que fazem com que os pacientes abandonem precocemente o tratamento.    

 

Alguns estudos já haviam demonstrado o sucesso do uso de medicações similares ao Viagra (SILDENAFIL) em pacientes homens com esse problema. O fato é que depressão é pelo menos duas vezes mais comum entre as mulheres do que nos homens e alguns pequenos estudos já até mostraram que o SIDENAFIL pode ajudar as mulheres com disfunção sexual associada ao uso de  antidepressivos. Teoricamente, o SILDENAFIL realmente tem o potencial de ajudar também as mulheres, já que  os receptores em que a droga atua são encontrados tanto no órgão sexual masculino como também na genitália feminina.

 

Recentemente, um estudo bem mais robusto confirmou os achados preliminares, tendo sido publicado no Jornal da Associação Médica Americana [JAMA 2008; 300(4)]. Mulheres em tratamento para depressão que passaram a apresentar retardo do orgasmo ou redução da lubrificação vaginal após uso de antidepressivos apresentaram significativa melhora dos sintomas com o SILDENAFIL quando comparado ao placebo. Algumas pacientes queixaram-se de dor de cabeça, rubor facial e incômodo no estômago com o SIDENAFIL, mas não houve queixas sérias que as fizessem parar de usar a medicação.

 

Os resultados não devem ser extrapolados para outras situações de disfunção sexual em mulheres. Inclusive, o órgão regulador de medicamentos e alimentos dos EUA (FDA) ainda não aprova o uso do SILDENAFIL para mulheres. Entretanto, isso não quer dizer que inexistam evidências de efeitos positivos do SILDENAFIL na função sexual feminina, e o corpo de estudos disponíveis até o momento é encorajador.