A indicação de testes cardiológicos preventivos para jovens atletas é um tema controverso. Na Europa o atleta é obrigado a ser submetido a uma bateria de testes cardiológicos para poder participar de uma competição oficial. Na Itália já foi demonstrado que esse cuidado reduziu a incidência de mortes súbitas em competições. Por outro lado, a American Heart Society ainda não reconhece que tais testes oferecem benefícios aos jovens atletas.
Um importante estudo foi publicado hoje pelo British Medical Journal revelando resultados do programa italiano de check-up a atletas que incluiu mais 30 mil atletas durante cinco anos e com uma média de idade de 30 anos. O eletrocardiograma de repouso revelou anormalidades em 6% dos participantes, sendo que cerca de 80% destas anormalidades foram classificadas como irrelevantes do ponto de vista clínico. Em 5% dos participantes, o eletrocardiograma de esforço foi anormal. Um dos achados mais importantes foi que mais de 1200 atletas com eletrocardiograma normal no repouso apresentaram o exame anormal ao esforço físico. Após a bateria de exames, 0.6% dos participantes foram classificados como desqualificados ao esporte competitivo. Entre esses atletas “desqualificados” após o check-up, 80% apresentaram alterações cardíacas apenas ao teste de esforço. Os atletas com mais de 30 anos de idade foram os que tiveram mais risco de apresentar alterações cardíacas.