Pessoas que têm marcadores genéticos que predispõem ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer podem atrasar o aparecimento de sintomas através de sete atitudes. Essa é a conclusão de um estudo publicado na última semana pelo periódico Neurology da Academia Americana de Neurologia. As sete atitudes são: cérebro e corpo ativos, alimentação saudável, peso corporal em dia, não fumar, controle ótimo da pressão arterial, colesterol e glicemia.

Já sabíamos que os sete hábitos reduzem o risco da Doença de Alzheimer, mas o atual estudo nos mostra que isso é verdadeiro mesmo para aqueles que têm o perfil genético de maior risco. O estudo foi conduzido nos EUA envolvendo quase nove mil pessoas com idade maior que 54 anos e que foram seguidas por até 30 anos. O grupo de voluntários com maior risco genético foram aqueles que apresentavam pelo menos uma cópia da variante gênica APOE e4 que está associada a um maior risco da Doença de Alzheimer (pode aumentar o risco em até 12 vezes). Os que tinham ancestralidade europeia apresentavam em 27.9% dos casos a variante e4, e isso ocorreu em 40.4% de descendentes africanos. O grupo considerado de baixo risco era o que apresentava a variante e2 que está associada a um menor risco da doença (pelo menos 40% de redução de risco).

Para os descendentes europeus o risco de demência foi até 43% menor entre aqueles que melhor pontuaram numa escala dos sete hábitos descrito acima, independente do perfil genético. Já para os descendentes africanos com boa pontuação de hábitos, a redução de risco da doença foi de no máximo 17%.  

Como ainda não temos tratamentos que modificam o curso natural da Doença de Alzheimer, mudanças nos hábitos de vida são ferramentas preciosas para a prevenção da doença. E foi isso que o presente nos mostrou.