Silhouette of Bird Above Clouds

O número ideal de horas de sono é aquele que faz com que a pessoa no outro dia sinta que dormiu o suficiente. Um percentual pequeno de pessoas sente-se bem com menos de 7 horas, e estes são chamados de dormidores curtos. Há também os dormidores longos, aqueles que precisam de mais de 8 horas de sono e que também representam uma minoria. Porém, a maior parte da população mundial, incluindo os brasileiros, dorme entre 7 e 8 horas por noite.

Temos evidências de que as pessoas que dormem as 7 horas, mas acordam mais tarde, têm maior risco de desenvolver um quadro de depressão. Discutimos recentemente um estudo que mostrou que basta dormir 1 hora mais cedo que esse risco é reduzido em 23%. Se dormir 2 horas mais cedo essa tendência pode ser reduzida em quase 40%.

Como explicar esse efeito? Temos evidências de que uma maior exposição à luz durante o dia (tem que acordar cedo!) está associada a padrões hormonais que influenciam o humor. Outra explicação é o impacto psicológico de estar desalinhado da maioria das pessoas que dorme cedo e acorda cedo.  E o hábito de ir dormir cedo e acordar cedo traz benefícios ao coração também.

Uma pesquisa divulgada esta semana pela Sociedade Europeia de Cardiologia apontou, após acompanhar 88 mil voluntários por 6 anos, que aqueles que iam para a cama entre 22 e 23h tinham menor chance de apresentar um evento cardiovascular como infarto do coração ou derrame cerebral. Isso comparado aos que iam dormir mais cedo ou mais tarde e a explicação seria o rompimento do ciclo circadiano que é o nosso relógio biológico.  Os que iam dormir depois da meia noite foram os que apresentaram maior risco. Já temos um corpo robusto de evidências mostrando que dormir e acordar tarde têm impacto negativo no controle de nossa glicemia e aumenta a incidência de hipertensão arterial e obesidade. O estudo também confirmou o que já sabíamos através de várias outras pesquisas: dormir pouco aumenta o risco de eventos vasculares.