Uma pesquisa publicada esta última semana pelo prestigiado British Medical Journal aponta que os efeitos benéficos do álcool estão limitados àqueles que já passaram dos 50 anos de idade.
Não existe dúvida que o consumo exagerado de álcool faz mal à saúde e está associado a mais de 200 doenças. Existe, entretanto, um robusto corpo de evidências de que seu uso moderado é melhor do que abstenção. Quem consome baixas doses de forma regular vive mais por apresentarem menos doenças que aqueles que nunca bebem. Será que é isso mesmo?
Pesquisadores ingleses e australianos investigaram o consumo de álcool entre mais de 30 mil ingleses e apontaram que a mortalidade é menor entre homens de 50-64 anos que bebem 15 a 20 unidades por semana e no caso das mulheres, menos de 10 unidades por semana.
Esse estudo é mais um motivo para os médicos pararem de ficar recomendando aos pacientes que consumam uma ou duas doses diárias como uma ação de promoção à saúde. Álcool não deve ser visto como suplemento alimentar para prevenir doenças. Os médicos deveriam recomendar às pessoas que não bebem que continuem sem beber, e às pessoas que já têm o hábito de beber, que não ultrapassem os limites. Isso está mudando. Além da presente pesquisa, outros estudos têm demonstrado que o consumo regular de álcool, mesmo em doses leves a moderadas, está associado a um maior risco de diferentes tipos de câncer, como o de mama, reto e fígado. Por essa razão, em 2009 o Instituto Nacional do Câncer da França deu início a uma campanha chamada Álcool Zero, defendendo a ideia de que mesmo uma dose diária não é segura.
Ahh… Já estou quase chegando aos 50!