A Doença de Parkinson ocorre em uma a cada cem pessoas com mais de 65 anos, e em 90% dos casos, não existe uma história familiar da doença. Reconhece-se que tanto um componente genético, como fatores ambientais estão associados à doença. Mas que fatores ambientais seriam esses?
Substâncias tóxicas ao cérebro podem provocar a doença, como é o caso do MPTP, substância que é parente próxima da heroína, e de alguns agrotóxicos, como o paraquat. Em 2009, foram evidenciados novos candidatos do meio ambiente que podem colaborar para o desenvolvimento da Doença de Parkinson.
* Foram descritos dois novos agrotóxicos (ácido 2,4-Dichlorophenoxyacetic, permethrin) que aumentavam em três vezes o risco da Doença de Parkinson.
* Foi demonstrado que um metabólito da bactéria Streptomyces venezuelae reduz a função do Sistema Proteolítico Ubiquitina – Proteassoma (UPS) em modelo animal. A redução da função desse sistema tem sido implicada na patogênese da Doença de Parkinson esporádica.
* Inoculação intranasal do vírus da gripe aviária (H5N1) em ratos provocou alterações cerebrais semelhantes às encontradas na Doença de Parkinson:
inflamação, agregados de a-sinucleína e degeneração de neurônios produtores de dopamina.
* Maiores níveis de colesterol aumentam risco da Doença de Parkinson independente do índice de massa corporal. O cérebro é o órgão mais rico em colesterol e uma alteração de sua homeostase pode provocar alterações em suas conexões e membranas celulares.
Esses estudos nos estimulam a pensar a Doença de Parkinson como pensamos várias outras doenças como a hipertensão arterial, o diabetes, a Doença de Alzheimer. Todas são doenças que têm seu componente genético, mas fatores ambientais podem ser o empurrãozinho que faltava para um determinado indivíduo desenvolver a doença.