O derrame cerebral é um dos principais problemas de saúde em todo o mundo, e em muitos países representa a principal causa de morte, como é o caso do Brasil. Entre aqueles que sobrevivem a um derrame cerebral, 20-30% viverão dependentes de outrem para atividades como higiene pessoal e alimentação. Durante um episódio de derrame cerebral uma parte do cérebro é perdida, uma porção de tecido cerebral morre. Felizmente, parte dessa perda é compensada através de um fenômeno conhecido como neuroplasticidade, que é a capacidade cerebral de criação de novas conexões após um insulto ou  através de estímulos não perniciosos. Muito esforço tem sido investido para encontrar estratégias que aumentem essa capacidade cerebral em situações críticas. E que tal a música ?

 

Um estudo publicado na última edição da revista inglesa Brain mostra de forma inédita que a música pode ser uma ótima opção. Pacientes finlandeses com derrame cerebral na fase aguda foram submetidos a dois diferentes tipos de intervenção aliados à fisioterapia: musicoterapia ou escutar um livro audio (audio book) por pelo menos uma hora diária nos primeiros dois meses após o evento. No caso da musicoterapia, cada paciente recebia um CD player portátil e CDs com músicas de sua preferência, qualquer que fosse o estilo musical.

 

O grupo de pacientes submetidos à musicoterapia apresentou uma melhor recuperação nos domínios da memória e atenção. Apresentaram também menos sintomas depressivos e de confusão mental. Diante desses dados, fica difícil pensar em não oferecer música aos pacientes que estão em recuperação de um derrame cerebral. Som na caixa !